Na próxima quinta-feira o Data Folha vai divulgar uma nova pesquisa. Na quinta-feira estaremos apenas 65 dias para o primeiro turno. Tudo pode mudar ou ficar na mesma, o tempo dirá.
Três candidaturas retiram por
ora a decisão já no primeiro turno
A candidatura do deputado Janones
é um fenômeno das redes sociais, seu primeiro emprego foi como cobrador de
ônibus. Nas pesquisas divulgadas figura com 2% de intenções de votos; vem sendo
assim, teimosamente. Ele é um fenômeno da antipolítica: em 2016, quando se
candidatou à Prefeitura de Ituiutaba pelo PSC, perdeu; em 2018, surfou a greve
dos caminhoneiros e foi o terceiro mais votado nas eleições para deputado
federal em Minas. Disputa pela primeira vez a Presidência da República, é um
David contra Golias.
Janones é uma pedra no caminho do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, porque a resiliência de seus eleitores pode inviabilizar uma vitória
do petista no primeiro turno, somada aos votos de Ciro Gomes (PDT) e Simone
Tebet (MDB). O candidato do Avante tem seu discurso na ponta da língua: “Só de
eu poder dizer que nós temos de fato um projeto para o país, para mim, já fez
tudo valer a pena. Hoje, nós temos um projeto que contempla todas as áreas:
saúde, segurança, educação, agro… Todas as áreas e todos com a mesma mensagem,
com o mesmo objetivo: a diminuição da desigualdade social no nosso país, a
diminuição da distância entre os mais ricos e os mais pobres”, explica.
O deputado mineiro defende um programa de combate à pobreza,
financiado por uma reforma tributária, para taxar lucros e dividendos, e criar
um imposto sobre grandes fortunas, rever os atuais incentivos fiscais, sem
sacrificar a classe média com mais tributação. Na convenção, André Janones
defendeu a democracia; em entrevistas, já disse que não apoiará Bolsonaro, no
segundo turno. O Avante tem oito deputados federais, 16 deputados estaduais, 82
prefeitos e 1.074 vereadores.
Ciro Gomes
(PDT), Simone Tebet (cuja candidatura sofre um ataque da ala lulista do MDB, às
vésperas da convenção para homologar seu nome) e André Janones (Avante),
juntos, somam de 12% a 13%, o suficiente para levar a eleição ao segundo turno
e manter Bolsonaro dois dígitos distante de Lula, caso a polarização entre
ambos se mantenha. Mesmo que esse quadro não se altere a favor de uma terceira
via, são candidaturas que têm um papel a cumprir no debate político e na
negociação do segundo turno, porque forçariam um entendimento em direção ao
centro. Entretanto, temos uma eleição com forte tendência de polarização, com
70% do eleitorado supostamente já definido, que pode registrar o voto útil
tanto em favor de Bolsonaro como de Lula na reta final do primeiro turno.
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