A saída de Mario Frias do comando da Secretaria Especial da Cultura já é dada como certa nos corredores do Ministério do Turismo, ao qual a pasta que ele comanda é subordinada, de acordo com quatro servidores de diferentes órgãos do governo que falaram sob anonimato com a reportagem e mais uma fonte externa ligada à pasta.
Larissa Peixoto Dutra, atual presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, é cotada para assumir o cargo no início de março.
A Secretaria Especial de Cultura não confirma.
Frias está passando por um processo de fritura junto ao Palácio do Planalto, desde que a informação que ele e seu secretário-adjunto, Hélio Ferraz, gastaram R$ 78 mil numa viagem a Nova York para tratar de um projeto com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie. Há mais de uma ação na Justiça pedindo o afastamento de Frias e Ferraz.
O deslocamento da atual presidente do Iphan seria estratégico, nesse contexto, dado que em dezembro o Ministério Público chegou a pedir na Justiça o afastamento dela.
A ação ocorreu após a divulgação de um discurso do presidente Jair Bolsonaro na Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, na qual ele afirma que demitiu diretores do Iphan após o órgão ter interditado uma obra do empresário bolsonarista Luciano Hang.
A Justiça rejeitou a liminar pelo afastamento de Dutra, que permanece no Iphan. Nesta terça-feira, Dutra se reuniu com o ministro do Turismo, Gilson Machado.
O governo Bolsonaro também estuda trocar André Porciuncula, o ex-PM que hoje controla a Lei Rouanet, por Roger Alves Vieira na Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, a Sefic.
Atualmente, Vieira chefia o departamento de patrimônio imaterial do Iphan, que tombou o forró como bem nacional. O ministro do Turismo, apelidado de "sanfoneiro de Bolsonaro", já foi membro de uma banda de forró chamada Brucelose.
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