O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quarta-feira as declarações do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre possíveis ataques virtuais da Rússia. Para Bolsonaro, a atitude de Fachin foi "lamentável" e criou constrangimento para ele durante sua viagem à Rússia.
— É triste e é constrangedor para mim receber acusação como se a Rússia se comportasse como um país terrorista digital — disse Bolsonaro, durante entrevista à rádio Jovem Pan. — Lamentamos muito essa fala do ministro Fachin enquanto o chefe de Estado brasileiro está em solo russo.
Na segunda-feira, Fachin disse ao GLOBO que países como a Rússia "têm relutado em sancionar os cibercriminosos que buscam destruir a reputação da Justiça Eleitoral e aniquilar com a democracia". O ministro é atual vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e vai assumir o comando da Corte na semana que vem.
Depois, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quarta-feira, o ministro disse que a Justiça Eleitoral "já pode estar sob ataque de hackers" e que a maior parte das atividades criminosas teria origem na Rússia, país que não teria "legislação adequada de controle".
A declaração ocorre nove dias após Bolsonaro ter recebido, no Palácio do Planalto, Fachin e Alexandre de Moraes, também ministro do STF. O presidente disse que se surpreendeu com o pedido de audiência, realizada para a entrega de convite da posse de Fachin e Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e relatou que apenas Fachin falou durante o encontro.
Bolsonaro disse que dirigiu a palavra duas vezes a Moraes, mas que ele não respondeu. O ministro é relator de vários inquéritos que tem o presidente ou seus aliados como alvos.
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