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"Kid preto" diz à PF ser vítima de armação com celular e não sabe quem usou

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"Kid preto" diz à PF ser vítima de armação com celular "herdado" no Exército

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, do Exército, indiciado pela Polícia Federal (PF) por supostamente planejar a morte de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, diz ter sido vítima de armação por conta de um celular que “herdou”. A tese é defendida por ele em depoimento à PF. 

Segundo o militar, ele pegou o celular após assumir um posto no Centro de Coordenação de Operações (CCOp) do Exército e seria um aparelho descartável usado em missões, que ficava em uma gaveta com dezenas de outros celulares para qualquer militar utilizar. “O que eu quero deixar claro aqui é que, o que eu preciso deixar claro, eu não estava nesse dia 15, eu não usei o celular no dia 15, eu comecei a usar esse celular a partir do dia 20 e alguma coisa, o senhor entendeu?”, disse o investigado ao delegado da PF. Dia 15 de dezembro de 2022 seria a data em que o plano para matar as autoridades seria colocado em prática, segundo a PF. 

O telefone em questão estava com sinal ao lado da casa do ministro Moraes, na Asa Sul de Brasília. O ministro seria sequestrado, apontam os investigadores, com base no plano arquitetado em um grupo chamado de “Copa 2022” em que esse telefone descartável estava sendo usado. Azevedo sustenta que não fez parte do grupo justamente por não estar usando esse celular e que só assumiu o posto nessa unidade do Exército após o dia 20 daquele mês. 

A PF aponta que essa é uma estratégia de anonimização. Mas o militar aponta que “herdou” o celular de outro militar, que o deixou na gaveta dos celulares. E que, dessa forma, seria vítima de uma armação. Mas, à PF, ele não declarou de quem recebeu o aparelho. “Apesar de ser um bem público, pertencente ao Exército brasileiro, RODRIGO AZEVEDO alegou que o Copesp não tem um controle sobre a retirada dos aparelhos celulares, fato que impede a confirmação de sua alegação de que retirou o aparelho após a ação clandestina do dia 15/12/2022”, diz a PF no relatório enviado ao STF nesta quarta-feira (11). 

O Exército informou que não pode comentar diligências em andamento. Ontem, a Polícia Federal indiciou mais três militares na investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse do presidente Lula. Entre eles, o “kid preto” Rodrigo Bezerra Azevedo.

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