Militares responsáveis pela intervenção na segurança pública do Rio já suspenderam os empréstimos de agentes das polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários para outros órgãos. O recado foi passado pela cúpula de cada corporação em reuniões, nessa semana, no Comando Militar do Leste. Atualmente, 3.131 homens das quatro instituições estão cedidos.
Esse efetivo está lotado em órgãos como a Assembleia Legislativa (Alerj), prefeituras diversas, Ministério Público e Tribunal de Justiça. A equipe do interventor, general Walter Braga Netto, estuda solicitar a volta de parte ou de todo pessoal cedido para reforçar o patrulhamento nas ruas do estado.
A corporação com mais agentes emprestados é a PM, com 2.044 agentes cedidos — efetivo maior, do que o que patrulha os 13 municípios da Baixada Fluminense, região habitada por cerca de 3,73 milhões de pessoas. Só para fazer a segurança dos palácios Guanabara e Laranjeiras, ambos na Zona Sul, onde o governador Luiz Fernando Pezão trabalha, a PM cede 253 agentes para a a subsecretaria Militar da Casa Civil. O 17º BPM (Ilha do Governador), responsável por patrulhar uma área com 212.574 habitantes, tem efetivo menor: cerca de 200 policiais trabalham na unidade.
Já a Prefeitura do Rio conta com uma tropa de 97 PMs, oito policiais civis e 11 bombeiros. Do total, 53 PMs são lotados na Casa Militar do Prefeito, e são encarregados da segurança pessoal de Marcelo Crivella e de outras autoridades municipais.
Nas reuniões, além do déficit de homens, a cúpula da PM também apresentou um diagnóstico sobre falta de viaturas na corporação: atualmente, só metade da frota está apta a ir para as ruas. Mais de 1.300 viaturas são consideradas “irrecuperáveis” pela corporação.
Um terço no conserto
Um terço da frota da PM atualmente aguarda manutenção: são 1.838 viaturas momentaneamente fora das ruas. Segundo a corporação, quase 200 carros estão paradas para inquérito técnico.
Antes do decreto da intervenção, a PM fechou a compra de 580 novas viaturas, modelo Ford Ka, para serem usadas como radiopatrulhas e no serviço reservado. Até abril, chega a primeira metade do lote comprado. Em novo pregão eletrônico, a ser marcado nos próximos dias, serão compradas outras 180 carros, do tipo picape.
Faltam também armas na PM. A última compra de fuzis para a corporação aconteceu em 2013, quando 600 armas, calibre 7,62mm, foram compradas exclusivamente para o Batalhão de Operações Especiais (Bope). O restante da tropa usa armas com pelo menos dez anos de uso.
Deixe sua opinião