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O documento sublinha ainda acordos, cobranças, elogios e apoio de Ceta ao coronel. À época, Malheiros era comandante do 2º Comando de Policiamento de Área (2º CPA), responsável pela integração das forças policiais de sete batalhões da capital. Em 23 de março de 2021, por exemplo, quando Malheiros foi exonerado do 2º CPA, Ceta enviou a ele uma mensagem em solidariedade: “Que isso, irmão! Covardia!”
Naquele período, Malheiros compartilhou uma foto em serviço com frases como “A covardia está com os dias contados!” E, segundo o MPRJ, chegou a pedir para Ceta “disparar” a mensagem para outras pessoas. Cinco dias depois, havia publicações a favor do coronel nas redes sociais, elogiando o trabalho dele e criticando a exoneração.
Améns e irritação
Já entre os acordos expostos pela denúncia, os promotores esmiúçam o que tinha objetivo de impedir a expansão territorial do CV na região. Quando Malheiros foi exonerado, uma das preocupações dos criminosos era a de que o novo comandante fosse “fechado” com a facção inimiga.
O relatório aponta que “uma das formas de exercício das funções do denunciado era no sentido de determinar que seus subordinados, policiais militares, ocupassem áreas de interesse da milícia para conter o avanço territorial dos grupos criminosos que exploram o tráfico de drogas, notadamente o Comando Vermelho”.
Em 17 de março de 2021, Ceta recebeu avisos do miliciano Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho, preso desde agosto daquele ano, sobre a invasão de traficantes do CV na Comunidade do Barão, na Praça Seca. As mensagens foram encaminhadas a Malheiros, de acordo com o Ministério Público, em tom de cobrança, com pedidos de viaturas e policiamento na região.
Quando o apoio da PM chegou, os milicianos comemoraram e trocaram um “Amém” nas mensagens. Macaquinho, então, orientou Ceta a perguntar a Malheiros até quanto os agentes ficariam no território, pois pediria aos demais criminosos para se recolherem: “A gente vai recuar para ninguém se machucar”.
No dia seguinte, Ceta perguntou a Macaquinho em quais lugares a polícia deveria ficar, avisando que passaria as informações para Malheiros. Macaquinho, então, enviou uma lista com quatro localidades: Ladeirão, Rabo da Gata, Túnel e Rodo — relação essa que, depois, foi encaminhada para o oficial. O coronel, no entanto, “sumiu” por alguns dias, o que irritou os milicianos.
“Irmão, até agora nenhum polícia. Acho que só tem os polícia no Ladeirão, perto dos caras, mas falaram que não podem fazer nada”, reclamou Macaquinho. Ceta encaminhou a insatisfação para Malheiros e acrescentou um emoji de irritado. E explicou: “Mandei a carinha de (irritado) para ele se ligar legal”.
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