O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta, nesta quinta-feira (29), a terceira e, talvez, última sessão de um julgamento que pode torná-lo inelegível por oito anos se ele for considerado culpado por ataques às urnas eletrônicas durante uma reunião com embaixadores em Brasília.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma o julgamento às 9h. Até agora, apenas o relator do caso, o ministro Benedito Gonçalves, pronunciou-se, votando pela inelegibilidade de Bolsonaro "por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação".
Espera-se que os outros seis juízes do TSE se pronunciem nesta quinta-feira, embora não se descarte a possibilidade de adiamento do julgamento caso algum dos magistrados peça vista, requerendo mais tempo para examinar o caso.
Bolsonaro ficou ausente das duas primeiras sessões do julgamento na sede do TSE, em Brasília, e tampouco deve comparecer nesta quinta-feira, segundo seu advogado, Tarcísio Vieira.
'Paranoia coletiva'
O caso gira em torno de uma reunião com diplomatas organizada por Bolsonaro no Palácio da Alvorada três meses antes de sua derrota nas urnas para Lula. Aos embaixadores, ele afirmou, sem apresentar provas, que buscava "corrigir falhas" no sistema de urnas eletrônicas com "a participação das Forças Armadas".
O ministro Gonçalves afirmou que a reunião "serviu para incitar um estado de paranoia coletiva", por meio de um "conjunto de informações falsas ou distorcidas" sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Bolsonaro "acirrou tensões institucionais e instigou a crença de que a adulteração de resultados era uma ameaça que rondava o pleito de 2022", acrescentou Gonçalves, ressaltando que os fatos investigados foram "nocivos para o ambiente democrático" do país.
Bolsonaro, de 68 anos, diz ser inocente, embora não mostre confiança em uma absolvição. "A tendência, o que todo o mundo diz, é que eu vou me tornar inelegível", declarou, em entrevista publicada nesta quarta-feira (28) no jornal "Folha de S. Paulo".
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