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Milicianos criam grupo de 'trabalho' para crimes


Milicianos criam grupo de 'trabalho' para crimes

Milicianos criam grupo de 'trabalho' para crimes
Draco investiga grupo criminoso que explora serviços ilegais de correios, balsas, carro de aplicativo e até catadores de material reciclável em Rio das Pedras e na Muzema.
Um celular encontrado com Jocemir de Santana Souza, vulgo Cemir, foi o pontapé para uma operação que visou 79 mandados de busca e apreensão nessa semana desencadeada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). O aparelho estava com o miliciano preso em 2021 pela mesma especializada. 

O DIA teve acesso às conversas do celular do criminoso. Em um aplicativo em que trocava mensagens com outros integrantes da quadrilha, Cemir criou o chamado 'Só Trabalho', dedicado a monitorar moradores de Rio das Pedras e Muzema. Nas mensagens, eles combinavam serviços ilegais e contabilizavam o lucro com a exploração de correios, luz, transportes alternativos e, mais recentemente, taxas a catadores de material de reciclagem.
Em uma das mensagens no celular, o miliciano João Henrique Pedro da Silva, conhecido como Pezão, e já preso pela Draco, e Cemir conversam sobre os lucros da quadrilha."(...) Me mostrou quanto deu de lucro; e tinha sobrado mil e cento e pouco para cada", diz.
No grupo 'Só trabalho', eles também falavam sobre possíveis movimentações policiais. Em um das conversas, pedem para ter atenção a um grupo de homens. "Rapaziada, atividade que um amigo me passou aqui agora que tem uns caras (...) tudo de cintura grossa, parados em frente a (...)", escreveu um integrante. Prontamente, um grupo foi ao local mencionado na mensagem verificar se eram policiais.
Atualmente, a Draco investiga se os milicianos tentam concentrar todo o serviço postal da região: a intenção seria colocar pontos únicos de entrega de correspondências e cobrar uma taxa de R$ 15 para cada retirada feita por um morador.
Além disso, contam com ex-funcionários de concessionárias de energia para instalação de pontos de luz clandestinos. Eles obrigariam os moradores a desligarem os marcadores de energia elétrica da Light, colocam os próprios relógios e cobram uma taxa mensal pelo gasto de energia desviada.
Além disso, os criminosos também explorariam serviços de transportes alternativos, como as balsas que fazem a ligação entre Rio das Pedras e Barra da Tijuca. Uma outra modalidade que ainda está sob investigação é a de uma empresa de aplicativo que atua somente naquela região.
Na página do App, um usuário que fez queixa do aplicativo escreveu: "O desenvolvedor respondeu ao meu comentário tentando me intimidar! Pois saiba que existem conversas gravadas de milicianos ameaçando outros motoristas de aplicativos para monopolizar a região. Se o aplicativo fosse tão bom, isso não seria necessário". Em seguida, um administrador responde: "Por que denunciar um App que ajuda a comunidade e área de Jacarepaguá?". A conversa cessa.
A Polícia Civil continua a investigação sobre a atuação de milicianos na região.


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