Um dia depois de marcar para 18 de maio o anúncio de uma candidatura única, os partidos que compõem a chamada terceira via — União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania— já têm na mesa uma possibilidade de chapa que uniria as quatro siglas na disputa pela Presidência da República deste ano: Simone Tebet (MDB-MS) como candidata a presidente e Luciano Bivar (União Brasil-PE) na vice.
O primeiro movimento nesta direção deverá acontecer na próxima semana, com a apresentação de Bivar como o candidato do União Brasil ao Palácio do Planalto. A partir daí, a estratégia será a de consolidação para a formação da chapa com Tebet. Nos bastidores, no entanto, a chapa já nascerá com os dias contados.
O grupo à frente dessa articulação entende que a apresentação da dupla Tebet-Bivar tem como um dos principais objetivos forçar o PSDB a resolver seu impasse interno. Políticos que acompanham as tratativas disseram que o cenário ideal é que o hoje pré-candidato tucano ao Planalto, João Doria (SP), abra mão em nome de Eduardo Leite (RS), que assumiria o posto de vice no lugar de Bivar.
Segundo o calendário eleitoral, as convenções partidárias para a definição das candidaturas e coligações acontecerão entre os dias 20 de julho e 5 de agosto. Depois disso, as legendas, federações e coligações têm até 15 de agosto para solicitar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o registro de candidatura dos escolhidos.
Como o tempo não conta a favor da chamada terceira via, a ideia é que, a partir de 18 de maio, Tebet possa assumir, de fato, a posição de candidata única do grupo. E, enquanto ela se consolida para a disputa ao Planalto, o trabalho para aparar as rusgas internas siga.
Para uma ala desses quatro partidos, a oficialização de Bivar como o nome do União Brasil para a disputa presidencial enterra de vez a possibilidade de o ex-juiz Sergio Moro estar na corrida à Presidência. A equação, no entanto, não é tão simples. No União há quem defenda que o capital político apresentado por Moro nas pesquisas eleitorais não pode e não deve ser desprezado.
Além disso, esses integrantes da sigla ainda defendem que, por concentrar a maior fatia do fundo eleitoral e o maior tempo de TV, o União Brasil, tem que estar representada na disputa presidencial. Ou seja, tratam como remota a chance de o partido não ocupar uma das posições da chapa.
É por isso que, apesar de a articulação para a chapa Tebet-Bivar estar em curso, parte dos caciques dos quatro partidos não vê uma definição sem traumas —seja pelo União Brasil ou pela disputa interna do PSDB.
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