O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tiveram novo encontro na noite desta segunda-feira (7), em São Paulo, na sede do PT.
Apesar de o PSD ter o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), como pré-candidato ao Palácio do Planalto, há uma pressão de integrantes do PT e do próprio PSD, como informou a coluna Mônica Bergamo, da Folha, para que a sigla de Kassab embarque na candidatura de Lula já no primeiro turno.
De acordo com parlamentares do PSD ouvidos pela Folha, entre eles o deputado federal Antonio Brito (BA), a conversa transcorreu em clima cordial, mas Kassab, mais uma vez, pontuou que o partido segue com a pré-candidatura de Pacheco, que só não será candidato caso não queira, nas palavras desses parlamentares.
O presidente do Senado, que trocou o DEM -agora União Brasil- pelo PSD para pavimentar a possível entrada na corrida ao Planalto, tem dado indicações de pouco empenho na pré-campanha, nos últimos tempos.
Isso tem levado à avaliação de que ele pode optar por pavimentar politicamente sua reeleição ao comando do Congresso caso projete que não conseguirá se descolar do traço nas pesquisas eleitorais a presidente.
Como mostrado pela coluna de Mônica Bergamo, um grupo no PSD defende a adesão do partido a Lula já no primeiro turno e cita a possibilidade de que isso possa ajudar o petista a se consolidar como um candidato de centro --e, assim, liquidar a fatura da eleição sem necessidade de uma segunda rodada.
À coluna Kassab disse existir essas vozes no PSD, mas também a de pessoas que sustentam que o partido não deveria ter candidato nem apoiar qualquer um deles no primeiro turno. A maioria, porém, continuaria a defender a candidatura própria.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também participou do encontro de Lula e Kassab, em São Paulo. A Folha não conseguiu falar nem com Kassab nem com Gleisi na noite desta terça (8).
Ainda de acordo com parlamentares do PSD, há uma quase unanimidade a favor da união entre Lula e PSD no segundo turno das eleições.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que pode sair do PSDB e se filiar ao PSD, seria outro nome viável de candidato presidencial do PSD caso Pacheco desista de entrar na corrida presidencial.
No meio político, sempre houve uma avaliação de que a candidatura de Pacheco à Presidência poderia desembocar, na verdade, na ocupação da vice na chapa de Lula. A aproximação do petista com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), porém, interditou essa possibilidade.
A dobradinha Lula-Alckmin também frustrou os planos do PSD de ter o ex-tucano como candidato do partido ao governo de São Paulo. Com isso, Kassab convidou para assumir a função o prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSD).
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