O nome do pastor Silas Malafaia, aliado do presidente Jair Bolsonaro, chegou ao top5 entre os assuntos mais comentados do Twitter na tarde desta sexta-feira. Com a hashtag #DerrubaMalafaia, já são mais de 2,5 mil tuítes, em movimento que pede a retirada do ar no YouTube de vídeos no canal do evangélico com a defesa de medicamentos e tratamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. A plataforma proibiu hoje o influenciador Monark de produzir conteúdo e criar novos canais para fins de monetização.
Nas redes sociais, as manifestações contrárias ao pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo reúnem cortes de vídeos e lives de 2020 em que são defendidos medicamentos como a ivermectina, a azitromicina e a cloroquina. Os fármacos fazem parte do chamado “kit Covid”, também divulgado como “tratamento precoce", amplamente defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e por seus apoiadores durante o avanço da pandemia no Brasil. Há, no entanto, comprovação científica de que o método não é eficaz no combate ao coronavírus.
Também pastor evangélico da Assembleia de Deus, Samuel Câmara é um dos que discursam, no vídeo, de 23 de julho de 2020, sobre esses medicamentos.
“A Igreja orou, a Igreja trabalhou, a Igreja ajudou as pessoas a terem um médico para consultá-los online ou presencialmente. E a igreja ajudou quem não podia a ter um kit de medicamentos. Para quem era assintomático, ivermectina e azitromicina, e zinco. E para quem era sintomático, mais cloroquina”, afirma Câmara.
Em outro vídeo compartilhado e contestado nas redes, de 14 de dezembro de 2020, o pastor Silas Malafaia questiona a eficácia da vacina contra a Covid-19, que é comprovada cientificamente, e volta a defender medicamentos sem eficácia.
“Por que o Brasil tem que ser o primeiro a vacinar, com uma vacina em parceria com a China, antes que a China vacine todo o seu povo? (...) Médicos que têm tratado preventivamente só com ivermectina e livrado as pessoas da morte dessa praga. Eu tomo, por recomendação médica. A cada 30kg do seu peso, uma. Eu tenho quase 80kg então eu tomo três por mês. (...) Tem médico, que só trabalha com ivermectina. Eu não estou mandando ninguém tomar, mas pelo amor de Deus! Vamos ficar na mão dessa indústria farmacêutica perversa?”, diz o pastor.
Nas publicações que resgatam os dois vídeos e pedem providências do YouTube, é destacada a política da plataforma, que proíbe “o envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou das autoridades locais de saúde (ALS) sobre a COVID-19”. No regulamento da rede social, também fica claro que a medida se aplica a conteúdo que contradiz as orientações da OMS sobre tratamento e prevenção da doença.
O movimento acontece 10 dias depois que um episódio do podcast “Flow” foi removido do YouTube. Nele, um dos apresentadores, conhecido como Monark, defende a existência de um “partido nazista reconhecido pela lei” no Brasil. Após grande repercussão nas redes sociais, Monark foi desligado da empresa que produz o programa e, mais recentemente, teve a monetização de seu canal suspensa pela plataforma de vídeos por violação às políticas do YouTube. Ele também foi proibido de produzir conteúdo e criar novos canais para fins de monetização na rede social.
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