Waldir e Bolsonaro no Palácio do Planalto
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Waldir Ferraz, amigo pessoal de Bolsonaro, confirmou o esquema de rachadinha nos gabinetes da famÃlia do presidente. O ex-assessor tentou livrar o chefe do executivo federal da acusação. E joga toda a responsabilidade em Ana Cristina Valle, ex-esposa do governante brasileiro.
“Ela fez nos três gabinetes. Em BrasÃlia, aqui no Flávio e no Carlos. O Bolsonaro deixou tudo na mão dela para ela resolver. Ela fez a festa. Infelizmente é isso. Ela que fazia, mas quem é que assinava?”, disse ele para a revista "Veja".
Apelidado de Jacaré, o homem prosseguiu “Quem assinava era ele. Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer”, completou, referindo-se a Bolsonaro.
O esquema de rachadinha teve inÃcio nos anos de 1990. Segundo ele, Bolsonaro é chantageado até hoje por Ana para não falar do esquema. Cristina recolhia os documentos, abria contas bancárias em nome delas e pegava parte dos salários. Tinham funcionários fantasmas também.
“Ela é muito perigosa. É uma mulher que quer dinheiro a todo custo. Às vezes, ela vai ao cercadinho, frequenta o cercadinho. É uma forma de chantagem. A gente nem toca nesse assunto pra não deixar o cara de cabeça quente”, acrescentou Jacaré.
Ele deu mais detalhes para a revista: “A jogada dela era a seguinte: ‘Quer ganhar um dinheiro? Te dou 1 000 reais por mês. Me empresta seu documento aÃ’. Pegava a carteira do cara que estava entrando na Câmara, recebia 8 000, 10 000, e dava 1 000 (reais) pro cara”.
O amigo de Bolsonaro tentou defender o presidente, afirmando que ele não sabia dos esquemas de rachadinhas. Ele insistiu que o governante ficou muito preocupado com toda a situação. “Acho que ele vai ter problema se não for reeleito. Vai tudo cair, vai perder o foro privilegiado e tal”, concluiu.
Acusada nega
A "Veja" escutou a versão de Ana Cristina. Ela negou ter sido a mentora de um esquema de rachadinha nos gabinetes da famÃlia Bolsonaro. Também declarou que as acusações são de inimigos de Flávio e Carlos.
“Não sou mentora da rachadinha. Ele (Bolsonaro) me chamava de sargentona, mas quem mandava no gabinete era ele. Quem assina as nomeações e exonerações é o parlamentar. Não faz sentido assinar sem ler porque todos eles são bem instruÃdos”, destacou.
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