A pouco menos de um ano para as eleições de 2022, o cenário atual da disputa ao governo do Rio, de acordo com pesquisa da Quaest realizada a pedido do GLOBO, é de vantagem para o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) em relação ao atual governador Cláudio Castro (PL) e a outros dois nomes que se colocam hoje como pré-candidatos ao Palácio Guanabara: o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), e o advogado Felipe Santa Cruz, que deve se filiar ao PSD. No entanto, eventuais entradas do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), ou do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), mudam os cenários da disputa, segundo o levantamento.
A Quaest é um instituto de consultoria e pesquisas quantitativas e qualitativas, e um dos parceiros do Sonar, blog do GLOBO voltado para análise de discursos e conteúdos políticos nas redes sociais. A pesquisa, feita para o GLOBO, entrevistou 1.804 pessoas no estado do Rio de forma presencial entre os dias 22 e 26 de outubro. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.
A pesquisa mediu também as intenções de voto para o Senado e para a presidência da República no estado do Rio.
Na disputa ao governo do estado, foram testados três cenários. No primeiro deles, com Paes, o prefeito do Rio lidera com 26% das intenções de voto, seguido por Freixo, com 19%, e Castro, com 14%. Paes tem declarado que não pretende deixar o mandato na prefeitura, e que seu candidato ao governo será Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e que deixará este posto no início de 2022. Nos dois cenários em que foi testado, Santa Cruz aparece com 3%, ambos em empate técnico, no limite da margem de erro, com Rodrigo Neves, que chega a até 7% das intenções de voto.
Freixo assume a liderança no segundo cenário, sem Paes, marcando 25% das intenções de voto, enquanto Castro chega a 16%. Nesta hipótese, o percentual de eleitores indecisos ou que declaram voto em branco ou nulo totaliza 47%, o índice mais alto da pesquisa.
No terceiro cenário, com o vice-presidente Hamilton Mourão, general da reserva do Exército, Freixo oscila para 23%, enquanto Castro desce para 12%. Mourão, por sua vez, entra com 17% das intenções de voto. O vice-presidente tem sido estimulado por deputados bolsonaristas descontentes com Castro a se lançar ao governo, mas por ora vem manifestando preferência nos bastidores por uma corrida ao Senado, e também cogita concorrer pelo Rio Grande do Sul. O general é filiado ao nanico PRTB.
A pesquisa da Quaest aponta que Mourão atrai boa parte das intenções de voto de eleitores do presidente Jair Bolsonaro, apesar de ambos terem protagonizado atritos públicos — um dos motivos que levou Bolsonaro, prestes a se filiar a PP ou PL, partido de Castro, a buscar outro vice em 2022.
Bolsonaro e Castro são mais reprovados
Na corrida presidencial, Bolsonaro varia entre 29% e 30% das intenções de voto de eleitores do Rio em dois cenários — um com o governador de São Paulo, João Doria, como candidato do PSDB, e outro com Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, encabeçando a chapa tucana. O líder de intenções no estado do Rio é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também aparece à frente em pesquisas de âmbito nacional. No Rio, Lula aparece com 43%.
Ciro Gomes (PDT) soma 8% e 9% das intenções de voto, a depender do cenário. Doria tem 4%, e Leite tem 3%. Brancos e nulos somam 12% nos dois cenários, e uma minoria (menos de 5%) dos eleitores se declararam indecisos na disputa presidencial, diferentemente do que ocorre na eleição ao governo.
De acordo com a pesquisa, a gestão de Bolsonaro e considerada negativa por 51% dos eleitores do Rio, enquanto 24% a veem como positiva e outros 24% a consideram regular.
No caso do governo Castro, 30% dos eleitores fluminenses reprovam a gestão e 17% o avaliam positivamente. Há ainda 33% que consideram o desempenho do governador como regular, e 20% não souberam ou não quiseram responder.
Romário lidera disputa para o Senado no Rio, aponta pesquisa; até quatro nomes empatam em segundo
Com apenas uma cadeira em disputa nas eleições de 2022 e número elevado de pré-candidatos, a corrida pelo Senado no Rio apresenta hoje o senador e candidato à reeleição Romário (PL) em vantagem, com empate técnico de até quatro nomes na segunda colocação, de acordo com pesquisa da Quaest para o GLOBO. Assim como na disputa ao governo, também levantada pela Quaest, a possível entrada do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) na eleição ao Senado pelo Rio pode impactar o cenário, de acordo com a pesquisa.
A Quaest é um instituto de consultoria e pesquisas quantitativas e qualitativas, e um dos parceiros do Sonar, blog do GLOBO voltado para análise de discursos e conteúdos políticos nas redes sociais. A pesquisa, feita para o GLOBO, entrevistou 1.804 pessoas no estado do Rio de forma presencial entre os dias 22 e 26 de outubro. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.
Romário lidera os dois cenários testados pela pesquisa para o Senado. No primeiro, sem Mourão, ele tem 19% das intenções de voto. O deputado federal Alessandro Molon (PSB) e o ex-prefeito do Rio e ex-senador Marcelo Crivella (Republicanos) empatam numericamente com 12% neste cenário, e ficam em situação de empate técnico, no limite da margem de erro, com a deputada Clarissa Garotinho (PROS), que marca 8%.
No segundo cenário, Mourão entra com 12% das intenções de voto, e Romário chega a 20%. Numericamente, não há variações nos desempenhos de Crivella e de Clarissa Garotinho neste cenário. Já Molon oscila para 10%, mantendo-se em empate técnico com Mourão, Crivella e Clarissa Garotinho.
O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), e o deputado federal Otoni de Paula (PSC), ambos aliados do presidente Jair Bolsonaro, oscilam um ponto percentual para baixo no cenário com Mourão. No cenário inicial, sem o vice-presidente, Reis marca 6%, enquanto Otoni fica com 5%.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano (PT), tem 2% em ambos os cenários.
No cenário em que Mourão participa da disputa, o percentual de brancos e nulos desce para 21%, contra 29% no primeiro panorama.
Recentemente, Romário fez críticas a gestões presidenciais do PT e elogiou o presidente Jair Bolsonaro, que estuda se filiar ao PL, partido do senador, ou ao PP. Crivella, que chegou ao segundo turno da eleição a prefeito do Rio em 2020, quando foi derrotado por Eduardo Paes (PSD), impulsionado em grande parte por votos bolsonaristas e também pelo eleitorado evangélico, também tenta cativar o eleitorado de Bolsonaro. O ex-prefeito foi indicado pelo governo federal para o posto de embaixador do Brasil na África do Sul, mas a nação africana tem postergado a análise da indicação.
Clarissa estuda migrar para o partido União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, para concorrer ao Senado ou a uma vaga na Alerj. Seu pai, o ex-governador Anthony Garotinho, também estuda se filiar à nova sigla, embora esteja inelegível por diferentes condenações judiciais.
Molon e Ceciliano, por sua vez, tentam se cacifar ao Senado com o apoio de partidos da esquerda e, especificamente, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas intenções de voto para presidente no estado do Rio, também medidas na pesquisa da Quaest, Lula aparece com 43% em dois cenários. Bolsonaro varia entre 29% e 30%.
De acordo com a pesquisa, a gestão de Bolsonaro e considerada negativa por 51% dos eleitores do Rio, enquanto 24% a veem como positiva e outros 24% a consideram regular.
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