Atriz vive botânica com desejo de ser mãe no longa 'O Jardim Secreto de Mariana', ao lado de Gustavo Vaz. Filme de Sérgio Rezende estreia nesta quinta (30).
Andréia Horta está a mil. Vai encarar uma dobradinha no horário nobre: revive Maria Clara em "Império" e será Lara em “Um lugar ao sol”, próxima novela das 21h. E estreia, nesta quinta (30), sua volta aos cinemas como a protagonista do filme “O Jardim Secreto de Mariana”, do diretor Sérgio Rezende.
Ela é a grande estrela do longa, a botânica Mariana, que passa por uma separação conturbada. Na vida pessoal, Andreia também enfrentou uma separação recentemente. Há duas semanas, revelou que o casamento com o ator Marco Gonçalves chegou ao fim após dois anos.
As coincidências entre a personagem e a atriz mineira de 38 anos param por aí. Mariana tem uma vontade gritante de ser mãe. Para Andréia, o maior desafio foi encontrar essa esse desejo.
Andréia Horta e Gustavo Vaz estrelam filme 'O Jardim Secreto de Mariana' — Foto: Divulgação/Mariana Vianna |
"A personagem tem uma visão tão simples sobre sobre a maternidade no momento em que eu e muitas mulheres da minha geração nos questionamos se realmente queremos isso, ganhando outras camadas nessa nessa narrativa própria que não quer dizer maternidade", diz.
Ela conta que ficou comovida com a vontade da personagem, que vai até as últimas consequências para conseguir o que quer: vende a casa, se submete a tratamentos químicos e outra série de pequenas batalhas.
Para Andréia, o filme também reflete sobre como enfrentar grandes dificuldades, as consequências que as emoções não cuidadas acarretam para o outro e como isso pode se tornar violência. Na história, enquanto Mariana segue a vida após a separação, João (Gustavo Vaz) fica perdido e violento.
"Ainda bem que a gente tem discutido sobre isso enquanto sociedade, essa violência do homem, essa masculinidade tóxica que destrói o homem e também destrói a mulher. É urgente a gente trazer essas discussões para mesa e construir um jeito novo de se relacionar."
Brumadinho, o cinema e o desastre.
Parte do filme foi rodada em Brumadinho, cidade em que o rompimento de uma barragem de rejeitos no início de 2019 vitimou centenas de pessoas. Mineira de Juiz de Fora, Andreia defende que a arte é uma das maneiras de chamar a atenção e reviver o local.
"Nós gravamos em Inhotim, que é uma fazenda protegida pelo homem, onde tudo é muito exuberante. Isso contrastando com a cidade de Brumadinho que é uma cidade absolutamente agredida pelo homem, uma cidade cuja extração do minério de ferro é a tônica dela, inclusive foi o grande desastre em decorrência dessa exploração de medida do homem."
Apresentadora do programa
"O País do Cinema", Andréia é defensora e ativista pelas artes. Para ela, voltar ao cinema com um filme tão sensível e em uma cidade tão simbólica é também uma forma de mostrar a "necessidade e a urgência" desse gênero.
"O desmonte das políticas públicas já vem acontecendo com a cultura de uns anos pra cá. As pessoas hoje não têm dinheiro para filmar. Você não consegue continuar fazendo filmes hoje. E isso é muito grave muito grave para a história de um país que estava principalmente filmando muito antes disso."
"A gente estava em um momento muito fértil do cinema brasileiro, filmando todos os gêneros possíveis. A gente tem um cinema muito rico e muita gente jovem, muitas visões diferentes sobre o Brasil.
E no momento que esse caldeirão está borbulhando, a gente sofre um ataque e isso é um atraso, uma tristeza muito grande, mas as pessoas vão continuar dando um jeito de filmar vão continuar lutando para que hajam políticas públicas", defende.
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