Acuado, Bolsonaro ataca CPI; oposição apresenta ‘superpedido’ de impeachment
O presidente Jair Bolsonaro reagiu às suspeitas de irregularidades envolvendo a compra de vacinas contra a Covid-19 e ao avanço das investigações na CPI da Covid. Ao discursar em Ponta Porã (MS), Bolsonaro subiu o tom dos ataques . Disse que a CPI é formada por “sete bandidos”, em referência à ala majoritária da comissão, e que não será retirado do cargo por “mentiras”. “Não conseguem nos atingir.
O documento lista 23 acusações contra o presidente e está sendo chamado de “superpedido”. Na petição, os autores repetem a argumentação de outros 122 pedidos já protocolados e acrescentam novos elementos.
Bastidores: o “superpedido” não mudou a posição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o impeachment, conta Lauro Jardim.
Em detalhes: a pressão sobre o governo aumentou após as divulgações de suspeitas na importação da vacina indiana Covaxin.
O caso é investigado pela CPI da Covid e pelo Ministério Público Federal e é tema de notícia-crime apresentada ao Supremo Tribunal Federal contra o presidente.
O Palácio do Planalto já adotou ao menos três versões para explicar que Bolsonaro não deixou de agir depois que foi comunicado sobre as suspeitas.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello repetiu a mais recente versão do Planalto e informou à Procuradoria-Geral da República que tanto ele quanto Bolsonaro adotaram providências para apurar as possíveis irregularidades.
Sem apresentar documentos, Pazuello disse ter sido procurado por Bolsonaro no dia 22 de março. Pazuello foi exonerado do ministério no dia seguinte.
O contrato com a Covaxin foi suspenso ontem, mais de três meses após o relato feito ao presidente.
O que foi dito: o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que a suspensão do acordo é uma “confissão de culpa”.
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o discurso anticorrupção de Bolsonaro não está abalado e que não há espaço para o impeachment prosperar.
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