"Na prática, portanto, o espaço fiscal para reajustes é mínimo ou inexistente, como no caso da Defensoria Pública da União, desde já. O funcionalismo pode ficar sem reposição inflacionária até 2036", detalhou.
ESTADOS E MUNICÍPIOS
As vedações atingem estados e municípios, quando as despesas chegarem a 95% da receita. Ainda que as medidas sejam facultativas aos governos locais, as categorias do setor público ressaltam que o cenário já aponta para o acionamento dos gatilhos.
Os deputados rejeitaram destaque do Psol, que pretendia acabar com a restrição para aumentos salariais. Já o impedimento de progressões funcionais foi extraído do texto como uma saída encontrada pelo líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), diante da possibilidade de a Casa aprovar destaque do PT que suprimiria todos os mecanismos de ajuste. A medida também foi fruto de acordo entre os partidos após articulações do setor público.
'OFENSA' A POLICIAIS
O arrocho promovido pela PEC 186 pode causar um apagão na polícia. A avaliação é dos próprios agentes, que cogitam uma paralisação. Os representantes da forças de segurança fizeram pronunciamento em repúdio ao governo, que condicionou o novo auxílio emergencial à aprovação dos ajustes fiscais.
“A PEC é uma chantagem e decreta o lockdown da segurança”, disse André Gutierrez, presidente da Cobrapol. “Soa como uma ofensa para nós. Desde 2016 não temos nenhum tipo de negociação salarial. Na pandemia o congelamento é necessário, mas não por 15 anos”, declarou o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir Paiva.
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