'Foram as duas horas mais horríveis da minha vida', diz doutor Jairinho sobre momento de socorro ao enteado Henry
Jairinho e Monique em entrevista ao 'Domingo Espetacular'Jairinho e Monique em entrevista ao 'Domingo Espetacular' Foto: Reprodução / TV Record.
A mãe do menino Henry, que morreu na madrugada do último dia 8, afirmou que não teve culpa pelo que aconteceu com o filho, em entrevista ao "Domingo Espetacular", da emissora "Record", transmitida neste domingo, dia 21.
"Ele era minha vida, minha prioridade, era a criança mais doce do mundo", disse Monique Medeiros, descrevendo o filho como "gentil, educado, dócil, carinhoso" e "uma criança maravilhosa".
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou muitas lesões espalhadas pelo corpo do menino, infiltrações hemorrágicas nas partes frontal, lateral e posterior da cabeça, contusões no rim, no pulmão e no fígado. Quanto à causa da morte, consta "hemorragia interna causada pelo rompimento do fígado". Marido de Monique, o vereador doutor Jairinho também reforçou a versão de que não houve crime.
"Eu tenho certeza absoluta, diante de Deus, que assassinato não foi", afirmou o parlamentar.
O pai de Henry, por sua vez, suspeita de que o filho tenha sido vítima de violência.
"Que tipo de acidente doméstico? Foi algo muito agressivo, algo que não é feito numa queda de cama", disse Leniel Borel de Almeida, embora tenha ressaltado, também ao programa de TV, que o que ocorreu e precisa ser esclarecido agora está nas mãos da polícia.
Monique confirmou a versão de Leniel de que na noite daquele domigo, dia 7, Henry não queria voltar para o condomínio onde mora com ela e o padrasto. Ela relatou também que a criança vomitou ao chegar no local, mas não estranhou o estado, por tratar como algo normal quando o filho chorava muito. A mãe disse ter tentado acalmar o menino numa padaria próxima de casa antes de subir ao apartamento, onde conta ter ficado com o marido assistindo a uma série na sala.
"Ele estava atormentado, atordoado, chorando muito. Sempre que ele voltava da casa do pai ele voltava atormentado. Ele vinha com comentários que não eram comentários de criança, ele coisas que não eram palavras de criança pra mim, eu acredito que tenha tido uma certa alienação parental. E e meu ex-marido, agente não teve um término de relacionamento bom. Ele tinha muito ciúme", contou Monique.
Leniel, por sua vez, negou que tenha praticado alienação parental e afirmou que considerava a ex-mulher como uma boa mãe para Henry.
"Ele gostava da mãe, amava muito a mãe, mas nesse novo lar ele não queria. E com esse tio ele tinha esse tipo de reação", disse o pai do menino, referindo-se a Jairinho.
Segundo Leniel, seu filho reclamava de machucados causados pelo padrasto. O menino já lhe teria dito que o padrasto daria "abraço muito forte".
Na casa da mãe naquele domingo, dia 7, Henry teria dito que queria dormir cedo.
"Perguntei se queria jantar, comer uma massa, tomar um suco, ele disse que não, que queria descansar. Dei banho, ele disse que queria dormir no meu quarto", narrou Monique.
Ao longo da noite, Monique disse que o filho levantou três vezes, então o casal foi terminar de ver TV no quarto de hóspedes para o som do aparelho na sala não incomodar a criança.
Por volta de 3h30, a mãe disse ter acordado com o som da televisão, depois puxado Jairinho pelo braço, que levantou e foi ao banheiro. Ela relatou ter ido ao quarto do casal, onde viu o filho caído no chão, com mãos e pés gelados, olhos revirados e sem responder a chamados.
"Quando abri a porta do quarto, vi ele deitado no chão. Peguei meu filho, botei em cima da cama. Estranhei. As mãos e os pés dele estavam muito geladinhos. Chamei o Jairinho. Ele enrolou meu filho numa manta e fomos ao hospital", disse a mãe.
Jairinho contou que foi de carro rapidamente ao hospital.
"Achei que ele estivesse passando mal e seria mais eficaz levar ao hospital", afirmou o vereador. "A única certeza que eu tinha é que a gente iria trazê-lo de volta. Eu queria que ele tivesse voltado com a gente. Nesse momento que entro no hospital, já tem quatro profissionais de saúde em cima dele, depois seis, depois oito. Vi que era grave. Monique nervosa. Foram as duas horas mais horríveis da minha vida".
Monique mostrou à reportagem uma selfie dela e do filho que teria sido tirada naquele mesmo dia 7, pouco antes do menino ir para a cama. Ela disse que a foto foi então enviada para o grupo da família em aplicativo de mensagens.
Quanto ao pai de Henry, ele afirmou querer apenas que o caso seja investigado.
"O que mais me chama atenção é a sequência de fatos, é você entregar seu filho bem, um menino saudável, cheio de vida e horas depois, muitas poucas horas depois, você encontrar seu filho morto, sem explicação", desabafou.
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