Gisele Bündchen é embaixadora da boa vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente desde 2009Foto: Divulgação / BBC News BrasilDois anos depois de criticar fusão de ministérios proposta por Bolsonaro, modelo é econômica em críticas diretas à gestão, mas diz que queimadas recordes no Brasil a 'entristecem'
Em outubro de 2018, o então recém-eleito presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou sua intenção de fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente — medida vista com preocupação por ambientalistas, já que as duas pastas têm interesses muitas vezes conflitantes.
Diversas vozes se posicionaram contra a decisão, entre elas a modelo Gisele Bündchen, que publicou uma carta aberta em sua conta do Instagram.
"Fragilizar a autoridade representada pelo Ministério do Meio Ambiente, no momento em que as preocupações com as ameaças da mudança climática e do desmatamento se intensificam, pode ser desastroso e um caminho sem volta", escreveu.
Bolsonaro voltou atrás, ainda que tenha esvaziado parte das atribuições do Meio Ambiente com a transferência, por exemplo, do Serviço Florestal Brasileiro para a Agricultura.
Dois anos depois, Gisele é econômica nas críticas diretas ao governo, mas diz que "as notícias sobre queimadas recordes no Brasil" a "entristecem".
"O governo precisa desenhar uma política mais severa de combate ao desmatamento e de preservação das nossas florestas", pontuou a modelo, que é embaixadora da boa vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente desde 2009.
Questionada sobre a onda de desinformação que tenta desacreditar dados científicos e tem impacto sobre o esforço dos ambientalistas para comunicar a urgência de medidas que mitiguem as mudanças climáticas, ela afirma:
"Independentemente de você acreditar ou não no aquecimento global, uma coisa é fato e ninguém pode negar: os recursos naturais são finitos e a natureza leva anos, décadas, para regenerar aquilo que é destruído em minutos."
Para ela, uma das maneiras de passar essa mensagem é mostrando a importância da natureza e tentando gerar mais empatia nas pessoas, para que tomem melhores decisões no futuro.
Esse é o objetivo do projeto recém-lançado por Gisele em parceria com o Instituto Alana — batizado de TiNis (que vem da expressão "tierra de niños"), ele promove o cultivo de plantas em pequenos espaços como um caminho para estimular o contato e o vínculo emocional das crianças com a natureza. As TiNis nasceram de uma iniciativa da ONG Ania, no Peru, há mais de duas décadas e hoje estão presentes em vários países.
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