Deputado Ricardo Barros, do Centrão, anuncia que será novo líder do governo na Câmara.
Ex-ministro da Saúde e deputado pelo Progressistas, Barros afirma que troca será oficializada na próxima terça. Hoje, cargo é ocupado por Vitor Hugo (PSL-GO).
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) afirmou nesta quarta-feira (12), em rede social, que será nomeado novo líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
Barros afirmou que a indicação deve ser oficializada na próxima terça (18), com a publicação do nome no "Diário Oficial da União". Ligado ao Centrão, Barros deve substituir o atual líder do governo, Vitor Hugo (PSL-GO).
Na postagem em rede social, Ricardo Barros agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro “pela confiança do convite”.
“Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro pela confiança do convite para assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados com a responsabilidade de continuar o bom trabalho do Líder Vitor Hugo, de quem certamente terei colaboração. Deus me ilumine nesta missão”, escreveu.
Ricardo Barros foi ministro da Saúde no governo Michel Temer e deixou o cargo para disputar as eleições de 2018, quando foi reeleito deputado federal.
Também em uma rede social, Vitor Hugo agradeceu "pela confiança" depositada pelo presidente Bolsonaro em 19 meses à frente da liderança
"Muitos desafios superados e grande amadurecimento. Desejo toda sorte ao novo líder Ricardo Barros, que contará com meu total apoio", escreveu.
Centrão e governo
Desde abril, o presidente Jair Bolsonaro tem se aproximado dos partidos do chamado Centrão, um bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita.
A escolha de um deputado do grupo para a liderança do governo consolida essa proximidade, já que caberá a Ricardo Barros orientar votações em plenário em concordância com a posição do Planalto.
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O Centrão é menos conhecido por suas bandeiras e mais pela característica de se aliar a governos diferentes, independentemente da ideologia.
Com o apoio dessa bancada, o governo consegue formar maioria para aprovar projetos de interesse do Executivo no plenário da Câmara – assim como rejeitar "pautas-bomba" ou temas de interesse da oposição.
Em troca, a negociação costuma envolver a cessão de cargos no governo aos partidos, que podem indicar aliados para ministérios, estatais ou órgãos federais nos estados.
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Mudanças na vice-liderança
Pelo regimento da Câmara, o presidente da República pode indicar até 15 vice-líderes de governo na Casa. Atualmente, são 14 deputados na função.
Recentemente, o governo estabeleceu trocas no cargo e, em algumas delas, afastou apoiadores da ala mais radical.
Um dia após a votação da PEC do Fundeb, por exemplo, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi retirada do cargo. A parlamentar votou contra a renovação do fundo, enquanto Bolsonaro afirmou que o governo mostrou "responsabilidade" ao, segundo ele, apoiar a proposta.
No início de julho, o Planalto fez quatro trocas na vice-liderança, entre elas a do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que deixou o cargo. Sua saída aconteceu em meio à repercussão de um vídeo publicado pelo parlamentar nas redes sociais, em que ataca o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Daniel Silveira (PSL-RJ), um dos parlamentares que teve a quebra de sigilo determinada pelo STF, também deixou a função na ocasião, além de Carlos Henrique Amorim (DEM-TO) e José Alves Rocha (PL-BA).
Ocuparam os cargos os deputados Diego Garcia (PODE-PR), Carla Zambelli (PSL-SP), Aluísio Mendes (PSC-MA) e Maurício Dziedricki (PTB-RS).
Em maio, o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) entrou na vice-liderança no lugar de Herculano Castilho Passos Junior (MDB-SP).
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