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Em áudio vazado, Dallagnol comemora proibição de entrevista de Lula

Em áudio vazado, Dallagnol comemora proibição de entrevista de LulaNo primeiro áudio vazado do grupo da Lava Jato no Telegram, o procurador Deltan Dallagnol comemora uma liminar do ministro do STF Luiz Fux que proibia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder uma entrevista. 

O arquivo foi divulgado pelo site The Intercept Brasil nesta terça-feira (9). 

 Datado de setembro de 2018, os participantes do grupo reclamavam da decisão de Ricardo Lewandoski, também do Supremo, ao autorizar Lula, preso em Curitiba, a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. 

 Após procuradoras chamarem os envolvidos de "mafiosos", Deltan apazigua os ânimos com a informação da liminar de Fux: 

“Agora, não vamos alardear isso aí. Não vamos falar pra ninguém. Vamos ficar quieto para evitar a divulgação o quanto for possível. Porque quanto antes divulgar isso, antes vai ter recurso do outro lado, antes isso aí vai para plenário. O pessoal pediu pra gente não comentar publicamente e deixar que a notícia surja por outros canais. Pra não precipitar recurso de quem é...Tem uma posição contrária à nossa. Mas a notícia é boa, para terminar bem a semana”

Ouça o áudio na íntegra: https://youtu.be/XgFYaZ5W4wM

In Fux we Trust

Em mensagens vazadas previamente, o então juiz federal Sergio Moro e Dallagnol já haviam conversado sobre a aproximação de Sergio Fux na Lava Jato. “Disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez", relatou Deltan a Moro.
Entenda o caso das mensagens vazadas pelo ‘Intercept’
A série de reportagens do ‘Intercept’ começou no dia 9 de junho, um domingo. Na primeira leva de matérias, o site divulgou uma série de mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol.

Nessa primeira leva, as acusações contra Moro ficaram por conta de um suposto direcionamento que ele dá para a Lava Jato internamente. Entre outros, o portal apresenta mensagens que mostrariam que Dallagnol duvidada de provas contra Lula, além de colaboração proibida do então juiz com o procurador.

Mais tarde, em 14 de junho, o ‘Intercept’ seguiu suas publicações com mais material contra Moro. Nas novas mensagens divulgadas, há um diálogo horas depois do primeiro depoimento prestado por Lula à Lava Jato.

Neste diálogo, Moro teria proposto ao Ministério Público a publicação de uma nota à imprensa. Nela, haveria conteúdo que esclarecesse o que Moro chama de “contradições” do ex-presidente, no que ele se refere como um “showzinho” da imprensa.
“Vem muito mais por aí”
Em entrevista exclusiva ao Yahoo, o jornalista Glenn Greenwald afirmou que os conteúdos divulgados até então eram “apenas o começo”.

Moro não pode dizer que a reputação dele foi destruída. Mas a aprovação dele caiu dez pontos e ainda vem muito mais coisa por aí, a máscara dele [Moro] vai ser derrubada”, afirmou o jornalista na oportunidade.

Defesa apelou, mas STF manteve Lula preso
Houve a percepção, por parte da defesa do ex-presidente, de que as mensagens divulgadas pelo ‘Intercept’ poderiam ajudar a tirá-lo da cadeia.

O STF decidiu, então, julgar dois habeas corpus pedidos pela defesa de Lula, sendo um deles relativo a Moro e que havia tido sua votação suspensa após pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

Foi o próprio Gilmar que, no início deste novo julgamento, na terça (25), pediu que os ministros considerassem a hipótese de, em caso do HC relativo às acusações contra Moro não fosse julgado, o ex-presidente pudesse esperar o julgamento terminar em liberdade.

Os ministros adiaram a votação do HC por entenderem que a série de mensagens ainda não havia terminado e, com isso, não se podia a chegar a nenhuma conclusão sobre possível uso da Lava Jato por parte de Moro contra Lula. Negaram, no entanto, a liberdade proposta por Gilmar e também pela defesa.

Greenwald foi à Câmara e reiterou que Moro chefiava Lava Jato
Na mesma terça (25) em que a defesa de Lula apelava pela liberdade do ex-presidente no STF, Greenwald esteve na Câmara dos Deputados para responder perguntas dos congressistas.

Em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, o jornalista a autenticidade do material recebido de uma fonte anônima, fazendo questão de confirmar novamente a autenticidade do material.

"O material já mostrou e vai continuar mostrando que Moro era o chefe da força-tarefa da Lava Jato, que era o chefe dos procuradores. Ele [Moro] está o tempo todo mandando o que os procuradores deveriam fazer e depois entrando no tribunal e fingindo que era neutro. Já mostramos isso, mas vai ter muito mais material ainda", declarou o jornalista no dia.

A audiência pública na Câmara dos Deputados teve a presença principalmente de parlamentares da oposição.

Uma das poucas aliadas de Moro que falaram foi a deputada Policial Katia Sastre (PL-SP), que disse que Greenwald deveria ser preso. "Quem deveria ser julgado e condenado e sair daqui preso é o jornalista, que em conjunto com o hacker cometeu crime", disse a parlamentar.

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