Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar com o Ministério Público do Rio (MPRJ) contra o tráfico de drogas em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, prendeu, nesta terça-feira, uma fisiculturista suspeita de envolvimento com o esquema. Uiara Maria Silva, conhecida como Yara na internet, foi presa em um condomínio no Cachambi, na Zona Norte da capital. De acordo com o delegado Bruno Cleuder, titular da 143ª DP (Itaperuna), ela é mulher do chefe da principal facção criminosa da cidade do interior e estava no Rio há seis meses.
— Ela tinha, junto com ele, o comando de todo o esquema. A conta dela, inclusive, era utilizada para fazer os depósitos do grupo criminoso. Na época que iniciamos a investigação ela ainda morava em Itaperuna.
Nas redes sociais, Yara Silva destaca os títulos conquistados no fisiculturismo, como, por exemplo, um vice campeonato sul-americano, um campeonato sênior e um título carioca. Com mais de 70 mil seguidores em um de seus perfis, ela mostra nas fotos a rotina de competições e também fala sobre as mudanças no corpo. Nas publicações, a mulher conta que começou a treinar em 2014, iniciando no esporte em 2017. Ela também faz publicidade de suplementos que auxiliam a melhorar o desempenho de atletas.
Celso Mizael, conhecido como Tão, marido de Yara, está foragido. Ele chegou a ser detido mas fugiu e teve refúgio na comunidade Nova Holanda, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. Ainda segundo Cleuder, um dos 47 mandados de prisão expedidos após a investigação é contra Tão. Até o momento, 25 pessoas já foram presas, sendo 23 por mandado e outras duas presas em flagrante. Um menor também foi apreendido. Além disso, mais 15 pessoas investigadas já estavam presas.
Na operação realizada nesta terça-feira, há também mandados de busca e apreensão. A operação Gólgota atua em cerca de seis pontos do Rio. Cães farejadores também participam. Todos os presos estavam sendo investigados há vários meses por envolvimento nos crimes.
De acordo com a denúncia feita pela Promotoria de Investigação Penal de Itaperuna em 2014 e divulgada pelo G1, o grupo criminoso construiu "uma verdadeira estrutura empresarial, tendo como foco a divisão, ainda que flexível, de tarefas, em que cada membro desempenhava uma função essencial para o sucesso da empreitada". A quadrilha também teria acesso a armas de fogo e se beneficiava do uso de menores para desempenhar o tráfico de drogas.
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