Levantamento mostra 'ranking' de políticos que mais indicaram a cargos públicos no RJ.
Análise do RJTV revela que Albertassi foi o deputado que nos últimos dois anos mais teve apadrinhados. Saiba quem são os outros parlamentares.
análise feita pelo RJTV com base na planilha apreendida por investigadores da Lava Jato na casa do deputado estadual Edson Albertassi (PMDB), que está preso, revela quem são os deputados do Rio de Janeiro "campeões" de indicações no estado. A reportagem foi exibida nesta sexta-feira (22).
O primeiro lugar entre os políticos que mais têm apadrinhados no serviço público é o próprio Albertasssi. Desde 2015, ele indicou ao menos 84 pessoas para cargos comissionados. O segundo lugar é de Paulo Melo, também do PMDB, que já foi presidente da Alerj, e que também está preso: foram 68 indicações.
O ex-jogador Bebeto, do PDT, aparece bem colocado; é o terceiro, com 52 pessoas nomeadas para cargos públicos. Logo depois vem Jorge Picciani, ex-presidente da Alerj, presidente do PMDB no RJ, que também está preso. Picciani tem, de acordo com o documento, 46 indicações.
João Peixoto, do PSDC, aparece com 34 indicações e Rafael Oicciani, do PMDB, com 29. Marcos Vinicius Neskau, do PTB, tem 28 indicações. Marcos Abrahão, do PT do B, 27. Já Andre Lazaroni, do PMDB, atual presidente da Comisao de Ética, nomeou 25 pessoas, segundo o documento.
O 10° colocado no ranking é o deputado André Correa, do Democratas. Ele foi secretário do ambiente e tem 23 nomeados.
Um outro olhar sobre a lista revela também que os deputados não poupavam nem as áreas mais sensíveis na hora de distribuir os cargos. Também tinham preferência por um dos setores que mais sofre com a crise no estado: a segurança pública. O ex-jogador Bebeto aparece em primeiro na lista de quem mais nomeou pessoas nessa área. Foram 40 indicações.
O Ministério Público diz que são 880 vagas de seis órgaos públicos estaduais distribuídas em todas as cidades do estado. Investigadores da Lava Jato afirmam que os políticos que integravam parte da organização criminosa que dominou o estado tinham um controle rigoroso das nomeações, tudo pra monitorar os votos de aliados e interferir em leis ou investigações.
Apadrinhados em várias cidades
Bebeto tem apadrinhado em várias cidades além do Rio, como Teresópolis, Queimados e Nova Iguaçu. Edson Albertassi é segundo nesse ranking. Ele fez 17 indicações para cargos em Itatiaia, Volta Redonda, Mesquita e Miguel Pereira.
Depois vem Marcio Pacheco, do PSC, que fez 14 indicações. Marcos Vinicius Neskau, do PTB, indicou nove pessoas.
O Ministério Público Federal afirma que os políticos da organização criminosa que dominou o estado ganhavam ainda mais poder ao barganhar cargos por apoio.
Os procuradores avaliam que a quadrilha só enxergava a oportundidade de se beneficiar, enquanto cidadãos vivem os reflexos de serviços públicos praticamente falidos.
O que dizem os citados
Em nota, o Governo do RJ declarou que "o preenchimento das vagas segue critérios técnicos e de confiança dos gestores e que não tem conhecimento da planilha apreendida pela Lava Jato".
A Secretaria de Estado de Segurança afirmou que, desde 2007, não há ingerência política na pasta.
A defesa de Jorge Picciani disse que o deputado não fez indicações políticas e o advogado de Paulo Melo declarou que não há provas de que as indicações apresentadas sejam verdadeiras.
André lazaroni afirma que não negociou cargos com qualquer deputado e que não reconhece as 25 indicações atribuídas a ele na lista. Já a defesa de Edson Albertassi, deputado que estava com a lista, afirmou que não há ilegalidade nas indicações.
O deputado Bebeto informou estar "indignado, pois jamais teve envolvimento com corrupção". O parlamentar assumiu que indicou pessoas, mas disse que "nenhuma jamais teria sido efetivada".
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