A crise aberta entre as Polícias Civil e Militar pelo controle sobre a investigação da morte da turista espanhola Maria Esperanza Jiménez Ruiz em ação da PM na Rocinha, segunda-feira, ainda não havia sido debelada ontem. Pivô da disputa, o corregedor da PM, Wanderby Braga de Medeiros, não atendeu nem às ligações do comandante-geral da PM, Wolney Dias Ferreira.
Wanderby entregou o cargo na segunda-feira à noite porque não concordou com a decisão da cúpula da Segurança Pública de dividir a apuração com a Delegacia de Homicídios. Ou seja, os chamados crimes militares ficam com a PM, sob competência da Auditoria da Justiça Militar, e o homicídio, com a DH, em tramitação na Justiça comum.
Para o promotor Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, titular do Ministério Público que atua junto à Auditoria da Justiça Militar e subcoordenador do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública, do órgão, a nova legislação não justifica a crise nas polícias. "A investigação do homicídio doloso continua com a Polícia Civil. Os crimes militares praticados pelos policiais, como disparo de arma de fogo, na PM. A nova lei ampliou os delitos da competência da Auditoria da Justiça Militar, como a tortura. Mas, em relação à Rocinha, o inquérito policial militar só pode apurar os crimes militares. É preciso união entre as polícias. Nada substitui a cooperação entre as forças".
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