Propinas do TCE chegam nas prefeituras do interior

Prefeituras são novos alvos

Tem prefeitos e políticos que não estão dormindo. É que o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes e o filho Jonas Neto, delatores do maior escândalo de propina que envolve a Corte, o Palácio Guanabara e a Assembleia Legislativa com empreiteiras, não pararam por aí. Eles também revelaram um megaesquema de pagamento de ‘mesadas’ ou ‘caixinhas’ bancado por prefeituras. Algumas já apareceram, sem muitos detalhes, nos depoimentos dos colaboradores à Polícia Federal. Em um deles, Lopes ressaltou que, em 2013, foi procurado por um ex-prefeito de uma cidade do Norte Fluminense “reclamando que, apesar de ter feito um ‘acerto’, continuava apanhando muito do tribunal”. É que não se chegou à conclusão se o político havia pago ao conselheiro José Maurício Nolasco ou a José Graciosa. No jogo de empurra, os outros não receberam. No novo cardápio, foco nos aterros sanitários. É o lixo do lixo. Só para lembrar, o escritório de Neto também atendeu muitos municípios.

Rei do calote 1

Marcelo Santos Amorim, o Marcelinho, é uma espécie de ‘caloteiro’ para conselheiros acusados de corrupção. Jonas Neto revela que ele não prestou conta de R$ 150 mil pagos pela Milano, onde a Polícia Federal bateu na porta para cumprir mandado de busca e apreensão.

Rei do calote 2

Casado com sobrinha do governador Luiz Fernando Pezão, Marcelinho vivia às turras com o TCE por sumir com a propina, segundo Lopes. Aliás, Pezão está cada vez mais citado no escândalo. Chama a atenção que seja vinculado à Grei Transporte Seis Cargas e Encomendas Ltda.

Planilha da mesada

No gabinete de Jonas Lopes, no TCE, a PF apreendeu planilha. Lá constava ‘Ampliação de Abastecimento de Água’ para seis bairros da Zona Oeste e os devidos pagamentos irregulares de R$ 426 mil e R$ 232 mil pela Delta. Mas, na planilha, o potencial era chegar a R$ 1,3 milhão, 1% da obra.