Com Selic e IPCA em alta, investimento em títulos do Tesouro Direto pode ser alternativa.
Quem acompanha o caminhar da economia brasileira sabe que a taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano. O mesmo pode ser dito para a inflação, que fechou o ano de 2015 em 10,5%. Estes números não são bons para quem tem financiamentos ou dívidas com cartão de crédito e cheque especial, mas são ótimos para quem tem dinheiro a investir.
Neste cenário, os títulos do Tesouro Direto têm se mostrado a galinha dos ovos de ouro para quem busca rendimentos superiores aos da poupança de forma tão segura quanto à caderneta. Educador financeiro, com MBA pelo Ibmec, e idealizador do blog 'Quero Ficar Rico' Rafael Seabra, explica como é fácil investir no Tesouro Direto e porque ele vem se tornando o queridinho de quem procura investimentos, principalmente os de renda fixa, atrelados à Selic e ao IPCA.
Para começar, Seabra afirma que é importante desmistificar a ideia de que investimento é coisa para quem tem muito dinheiro. Qualquer pessoa inscrita no CPF e titular de conta corrente em alguma instituição financeira pode comprar títulos do tesouro direto, que podem ser adquiridos a partir de R$ 30,00.
“O investimento em títulos públicos é bastante simples, mas requer alguns cuidados. O principal deles é adequar a escolha do título ao prazo do seu objetivo financeiro”, explica Seabra. Assim, se o objetivo é investir para a compra de um imóvel daqui a cinco anos, não faz sentido escolher um título que só vai vencer daqui a 20 anos. Da mesma forma, se você pensa em investir com foco na aposentadoria, não precisa comprar um título com data de vencimento inferior a 3 anos, por exemplo. “O ideal é comprar o título é mantê-lo até o vencimento, mesmo sendo possível vendê-lo a qualquer momento”, alerta o consultor.
Definido o objetivo e tendo pesquisado os títulos disponíveis no site do Tesouro Direto, Seabra recomenda que o investidor cadastre-se em uma corretora que pode ser do próprio banco, ou uma corretora independente. “A vantagem em optar por uma grande corretora independente é que as taxas cobradas são bem inferiores, chegando em alguns casos a ser cinco vezes menores que as oferecidas pelos bancos. Além disso, após transferir o dinheiro e comprar seus títulos, o investimento passa a ser custodiado pela BM&FBovespa, de modo que mesmo que a corretora venha a quebrar, seu investimento estará 100% protegido”.
Atualmente, existem três tipos de títulos disponíveis para investimento. São eles:
- Títulos Prefixados: a rentabilidade é dada por uma taxa pré-determinada no momento da compra. Dessa forma, desde o momento que você compra o título, já saberá exatamente quanto terá de rentabilidade anual se o mantiver até o vencimento.
- Títulos indexados à taxa Selic: a rentabilidade é dada pela variação da taxa Selic enquanto você possuí-lo em sua carteira. Atualmente a taxa Selic está em 14,25% ao ano, então essa será a rentabilidade, caso a taxa Selic não seja alterada nos próximos meses.
- Títulos indexados à inflação: a rentabilidade é dada por uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Se considerado a inflação do ano passado (10,5%) e a taxa atual oferecida por este título (6,5% a.a.), a rentabilidade seria acima de 17% a.a., caso estes índices sejam mantidos.
Frente a esses números e possibilidades, Seabra ressalta que a principal vantagem do Tesouro Direto em relação à poupança, por exemplo, está na alta rentabilidade. “Quando escolhido de forma correta, sua rentabilidade é muito superior à caderneta de poupança e à maioria das aplicações financeiras de renda fixa”.
Junta-se a isso o baixo risco, tendo em vista que é a única aplicação financeira garantida pelo Tesouro Nacional, ou seja, é o investimento mais seguro do mercado.
O especialista também chama a atenção para a alta liquidez e o baixo investimento inicial. “É possível resgatar o dinheiro aplicado a qualquer momento, sem a necessidade de aguardar até o vencimento. Além disso, é possível investir a partir de R$ 30,00, com acesso aos mesmos títulos que os demais investidores e sem mudança nas taxas cobradas. Sem dúvida, é o tipo de investimento que precisa se popularizar”, acredita Seabra.
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