Praia de Copacabana - Rio de Janeiro. |
No Rio, sob tempo nublado e calor de 30ºC, os quatro carros de som contratados para a manifestação que pede o impeachment de Dilma já estavam posicionados na avenida Atlântica, em Copacabana (zona sul), na altura do Posto 5, por volta das 9h. Dezenas de pessoas passavam com camisas amarelas da seleção de futebol.
Cada um dos cinco grupos organizadores fazia discursos inflamados contra Dilma e o PT, e a maioria do público exibia camisas amarelas ou com frases contra o governo ou de apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que atua na Operação Lava Jato. Bonecos infláveis do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva representado como presidiário eram vendidos por R$ 10,00. Um rapaz vestido como Lula e com trajes de presidiário fazia sucesso entre os manifestantes. Também havia faixas e fotos de Moro, e pelo menos três grupos defendiam a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para presidente da República.
Um grupo com o rosto pintado de verde e amarelo carregava faixas lançando o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para presidente da República. Junto com esse grupo havia um jipe com um boneco vestido com roupas camufladas semelhantes às do Exército. Cada carro de som tocava sua própria lista de músicas, não relacionadas ao protesto. Um balão amarelo indicava o primeiro carro de som. Ambulantes ofereciam bandeiras do Brasil de pano por R$ 15.
O Foro do Brasil-RJ defende "intervenção militar já". No carro de som e no chão da Avenida Atlântica foram espalhados cartazes de apoio à Polícia Militar e às Forças Armadas. Uma das canções tocadas pelo carro é "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, música que durante a ditadura militar (1964-1985) representava o combate aos militares.
Um monomotor carregando uma faixa com a frase "Não vai ter golpe!", assinada pela Frente Brasil Popular, sobrevoou a orla de Copacabana instantes antes dos manifestantes partirem em marcha pela Avenida Atlântica. Faixas puxadas por monomotores são uma forma comum de propaganda na orla do Rio. No segundo sobrevoo avistado pela reportagem, vários manifestantes vaiaram a aeronave.
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