O blog do Magal - Opinião, cultura, economia e Política
Na ocasião, documento apontou que paciente não tinha o víru
s, mas pessoas que receberam seus órgãos foram infectadas.
Rio de Janeiro: Um dos laudos do laboratório PCS Lab Saleme, investigado por suspeita de errar resultados de testes de HIV para processo de transplante, foi assinado por uma funcionária que usou o registro profissional de biomedicina de outra pessoa. Na ocasião, o documento apontou que o paciente não tinha HIV. Contudo, pessoas que receberam seus órgãos foram contaminadas com o vírus.
A informação foi divulgada pelo 'RJTV', da TV Globo, neste sábado (12). O laudo, de maio deste ano, foi assinado por Jacqueline Iris Bacellar de Assis, que não consta como biomédica no Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região, conforme o DIA verificou.
O número do registro usado pela profissional para assinar o documento é de uma biomédica que não exerce mais a profissão e está com o seu cadastro cancelado no órgão.
Em nota, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) destacou que o laboratório não possui inscrição no Conselho Regional de Biomedicina 1ª Região, jurisdição a qual pertence o Estado do Rio de Janeiro, e que também não há registro de anotação de responsabilidade técnica de profissional biomédico pelas atividades do laboratório nos assentamentos do Regional.
"O sistema CFBM/ CRBMs acompanha em tempo real os desdobramentos desse caso e tomará as providências legais caso sejam identificados profissionais inscritos envolvidos no eventual ilícito. Ainda assim, esta Autarquia disponibiliza seus quadros de colaboradores fiscais, bem como suas Comissões de Especialistas, no intuito de auxiliar na elucidação dos fatos, em sua função e compromisso primário de proteger a sociedade", disse o Conselho.
A secretária de Estado de Saúde do Rio (SES-RJ), Claudia Mello, informou, neste sábado (12), que a PCS Lab Saleme não presta mais serviços à nenhuma unidade assistencial da rede. O laboratório, que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é investigado por falhas em testes de HIV de doadores de órgãos, que provocaram a infecção pelo vírus em seis pacientes transplantados. O estabelecimento está interditado desde a última quinta-feira (10).
De acordo com a secretária, após a interdição, todos os exames antes realizados pela PCS Lab, agora são feito por outros laboratórios. "O laboratório Patologia Clínica Saleme não mais presta serviço a nenhuma unidade assistencial da rede SES. Ele já foi interditado e todos os exames das nossas unidades já são realizados por outros laboratórios, não há nenhuma ação mais desse laboratório citado", declarou Claudia Mello.
A SES ainda destacou que foi um aberto novo processo para contratação de laboratório para atender à rede estadual de saúde, com exceção do serviço de transplantes, que continuará sendo atendido pelo Hemorio.
Depois da descoberta do caso, em 10 de setembro, a pasta determinou o rastreio e reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório. Após a suspensão dos serviços, os testes passaram a ser realizados pelo Hemorio. Ainda há uma apuração interna sobre o assunto.
"A gente vem de novo esclarecer que todo esse caso está sendo avaliado na sindicância, com todo o rigor devido vai ser apurado", reforçou a secretária Cláudia Mello
Deixe sua opinião