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O deputado estadual Renato Machado (PT) — pastor evangélico e político com base eleitoral em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa (Alerj) — foi denunciado como mandante do assassinato do jornalista Robson Giorno. O crime aconteceu em 2019: proprietário de um jornal local, ele foi morto a tiros ao sair de casa. Além do político, outras três pessoas são acusadas do crime. A denúncia foi enviada à Justiça pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), em 5 de julho. O parlamentar nega envolvimento no crime.
Segundo o site g1, a motivação do crime seria a insatisfação de Machado com reportagens publicadas por Giorno, insinuando que o deputado havia tido um caso extraconjugal com Vanessa da Matta Andrade, a Vanessa Alicate. Além de ter sido denunciada no caso do jornalista, ela é acusada de ser a mandante do assassinato do ex-companheiro Thiago André Marins e do pai dele, o vereador Ismael Breve de Marins. Também são citados na denúncia Rodrigo José Barbosa da Silva, o Rodrigo Negão, e Davi de Souza Esteves, o subtenente Davi.
Em 2023, durante uma investigação da Polícia Civil e do MPRJ sobre as mortes em Maricá, Machado afirmou que manteve um relacionamento com Vanessa Alicate. O período do relacionamento não foi revelado, mas jornais locais divulgaram que ela teria engravidado do parlamentar em 2018.
No ano seguinte, uma suspeita de orgia na sede da prefeitura de Maricá ganhou espaço nos jornais. Entre os envolvidos estavam Vanessa e Machado, que negou a participação. O caso foi mencionado no inquérito policial, que ainda afirmou que a mulher “teria se aliado ao jornalista Giorno (Robson Giorno, dono do jornal O Maricá), a fim de obter vantagens financeiras e cargos dentro daquele governo municipal, situação que, posteriormente, levou à morte de Giorno”.
À época das investigações das mortes de Thiago e do vereador Ismael, pai dele, a polícia e o MPRJ afirmavam que os crimes aconteceram a mando de Vanessa. A motivação seria o rancor que ela sentia pelo fato de o ex-marido ter reduzido a pensão que pagava a ela e à filha. O sogro teria sido executado por “queima de arquivo”, já que ouviu o barulho de tiros na casa.
Vanessa teria pedido a Rodrigo José da Silva Barbosa, o Rodrigo Negão, seu amigo de infância, para executar o crime. Junto ao subtenente reformado da Polícia Militar Davi de Souza Esteves, Rodrigo teria ido até a casa das vítimas e cometido os assassinatos. Os dois são acusados de integrarem uma milícia local.
No site da Alerj, Renato Machado é descrito como “o primeiro maricaense a assumir uma vaga no Parlamento, como o mais votado da cidade”. Ele é casado, pai de três filhos e pastor evangélico.
Com a denúncia feita pelo MP, a Alerj vai se reunir ainda esta semana para decidir como vai tratar internamente o caso de Renato Machado. A situação é diferente da que ocorreu com a deputada Lucinha (PSD) no início do ano. Na ocasião, a parlamentar foi afastada pela Justiça e, ao votar se acolhia a decisão, o plenário decidiu abrir sumariamente um processo no Conselho de Ética.
No caso de Machado, não há nenhuma decisão da Justiça até o momento que exija seu afastamento. Portanto, segundo o regimento interno, caberá ao corregedor da Alerj, Chico Machado (Solidariedade), ou à Mesa Diretora pedir a abertura do inquérito na Casa. A tendência entre os parlamentares é pela abertura de um processo contra o deputado.
O MPRJ apresentou duas denúncias contra Machado. O advogado Renan Gavioli, que o defende, alega que a denúncia que aponta o parlamentar como o mandante do homicídio do jornalista é incoerente:
— O Renato nunca negou que teve esse caso extraconjugal. Não negou para as autoridades investigativas e também não negou para a população de Maricá. Ele fez questão de gravar um áudio, que foi divulgado amplamente. Todo mundo ficou sabendo. Obviamente, isso trouxe problemas pessoais para ele, mas ele não tinha nenhum receio, se fosse o caso, de assumir a criança.
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