O blog do Magal - Opinião e Política
Peixão tem uma extensão ficha policial, com mais de 35 anotações criminais e 26 citações em processos que tramitam no Tribunal de Justiça do Rio. Desses últimos, 13 resultaram de inquéritos policiais sobre homicídios ou tentativas de homicídio, 12 sobre tráfico de drogas e um por organização criminosa. Atualmente, há seis mandados de prisão em aberto contra ele.
Nas comunidades onde atua, Peixão é conhecido pelo fundamentalismo religioso. Ele se apresenta como evangélico e costuma usar a rádio local para fazer orações e narrar "visões proféticas". Além disso, é acusado de atuar com intolerância contra religiões de matrizes africanas, chegando a proibir o uso de roupas brancas pelas pessoas, assim como de fomentar a destruição de terreiros.
Em uma das incursões no Complexo de Israel, os agentes encontraram um esconderijo subterrâneo que seria usado por Peixão. No local, encontraram um enorme painel na área externa com uma pintura reproduzindo parte da cidade de Jerusalém. Em outro, localizaram um exemplar de luxo da Torá, o livro sagrado de escrituras religiosas judaicas.
Apesar de integrar a cúpula do TCP, Peixão costuma ter autonomia para chefiar o tráfico nas comunidades que controla os territórios, sem sofrer interferências da facção criminosa. Segundo a polícia, o bandido já chegou a ficar escondido fora do Rio, em Santa Catarina, usando documentos falsos. Em 2017, para escapar de cerco policial, após rechaçar uma tentativa de invasão de uma facção rival à Cidade Alta, Peixão teria sido o responsável por ordenar a queima de veículos para dificultar o deslocamento de viaturas. Na ocasião, nove ônibus foram queimados e dois caminhões incendiados em vias expressas como a Avenida Brasil, Linha Vermelha e a Rodovia Washington Luís. Por conta do tumulto, o traficante conseguiu fugir.
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