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Ex-presidente ainda não se manifestou sobre o relatório, mas ele vem negando qualquer irregularidade.
A investigação foi concluída na semana passada, e a PF indiciou Bolsonaro por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Outras 11 pessoas também foram indiciadas.
A PF afirma que o "grupo investigado utilizou a estrutura do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica – GADH para 'legalizar' a incorporação dos bens de alto valor, presenteados por autoridades estrangeiras, ao acervo privado do ex-presidente da República Jair Bolsonaro".
"Essa atuação ilícita teve a finalidade de desviar bens, cujo valor mercadológico somam o montante de US$ 4.550.015,06 ou R$ 25.298.083,73", diz a Polícia Federal.No documento, a PF também aponta que o ex-presidente utilizou o avião presidencial, sob alegação de viagem oficial, para enviar joias do acervo presidencial aos Estados Unidos.
“Inicialmente, com a finalidade de distanciar e ocultar os atos ilícitos de venda dos bens das autoridades brasileiras e posterior reintegração ao seu patrimônio, por meio de recursos em espécie, o então presidente Jair Bolsonaro, com o auxílio de seu Ajudante de Ordens, Mauro Cesar Cid, utilizou o avião Presidencial, sob a cortina de viagens oficiais do então chefe de Estado brasileiro para, de forma escamoteada, enviar as joias aos Estados Unidos”, registra o relatório da PF.
Ainda de acordo com a PF, para desviar os itens do acervo presidencial, Bolsonaro acionou terceiros, "que agiram com consciência e vontade de reciclar o ‘capital sujo’, para que os proventos obtidos fossem reintegrados ao patrimônio do ex-presidente, com aparência lícita”, pontuou.
Já em território norte-americano, Cid assumiu a negociação e venda das joias, “por determinação do então presidente”, segundo a PF, “com o objetivo de ocultar o real proprietário e beneficiário final da venda dos bens”.
Em seguida, conforme a polícia, “em continuidade aos atos de lavagem de capitais”, os recursos da venda dos relógios Rolex e Patek Philippe, que somaram US$ 68 mil, foram depositados em junho de 2022 em uma conta em Miami no nome do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Segundo a polícia, Cid pai “de forma consciente e voluntária, guardou os recursos financeiros em sua conta bancária, também com o objetivo de ocultar a localização, disposição, movimentação e propriedade dos bens auferidos ilicitamente, distanciando de sua origem”.
“Nos meses seguintes, até meados de março de 2023, os recursos foram repassados, por Mauro Cid e Lourena Cid, de forma fracionada e em espécie para Jair Bolsonaro, conforme a disponibilidade de encontros pessoais com o ex-presidente e seu assessor Osmar Crivelatti, com o objetivo de dificultar a detecção do retorno dos recursos ilícitos ao patrimônio do ex-presidente pelas autoridades brasileiras”, informou a PF.
O ex-presidente ainda não se manifestou sobre o relatório, mas ele vem negando qualquer irregularidade.
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