Edilene Lôbo assume vaga na Corte que foi essencial para a preservação da democracia brasileira após o levante golpista de Jair Bolsonaro e disse quem ela representará lá. Tomou posse nesta quinta-feira (28) a primeira ministra negra da história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A ministra lembrou que “o Brasil tem todas as condições de dar um passo à frente para mudar realidade de sub-representação feminina em cargos eletivos”, aproveitando também para relembrar sua trajetória desde a infância e saudar sua terra natal
“Quero agradecer a todas as pessoas que colaboraram nessa conjunção de energias, me lembrando das pequeninas meninas negras de minha infância, em Taiobeiras (MG). É de lá que trago o sonho de que podemos mais. O povo pobre, que resiste há séculos e luta pelo resgate de sua história, esperançando, senta-se comigo nessa cadeira”, disse.
Edilene, em suas palavras na sessão de posse, traçou um comparativo em relação às mulheres negras e os espaços desigualmente ocupados por elas na sociedade brasileira, que tem um número ínfimo de pessoas com esse recorte de gênero e etnia em cargos do Judiciário.
“Nós, negras, somos apenas 5% da magistratura nacional, havendo apenas uma senadora autodeclarada negra, portanto menos de 1% do Senado; 30 deputadas, o que corresponde a cerca de 6% da Câmara Federal. Mulheres negras ocupam 3% dos cargos de liderança no mundo corporativo, mas são 65% das empregadas domésticas”, afirmou a ministra.
“Esse lugar não é só meu, não é só de uma pessoa. Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer a herança estrutural de desigualdade de oportunidades que precisa ser superada em nossa nação”, finalizou a nova integrante do TSE.
Veja o vídeo com o emocionante discurso:
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