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Médico acusado de guardar 63 kg de cocaína no Guarujá, alega ser viciado

Médico acusado de guardar 63 kg de cocaína no Guarujá, alega ser viciado

'Sou viciado', alega médico acusado de guardar 63 kg de cocaína no Guarujá

Médico Alexandre Pedroso Ribeiro é acusado de guardar 63 kg de cocaína no GuarujáImagem: Reprodução
O médico Alexandre Pedroso Ribeiro, 55, acusado de guardar 63 kg de cocaína em um condomínio no Guarujá (SP) e de facilitar o assassinato de um paciente em um hospital na mesma cidade, a mando do PCC, tenta provar à Justiça que é inimputável e não pode responder por seus atos.
A defesa dele pediu à Justiça a instauração de incidente de insanidade mental por entender que o cliente é dependente químico. O médico diz ter histórico de transtorno por uso de cocaína e ser viciado desde 2018, quando foi para a Rússia a trabalho na Copa do Mundo de Futebol e teve contato com a droga.
Prevista nos artigos 149 a 154 do CPP (Código de |Processo Penal), a instauração do incidente de insanidade é permitida quando há dúvida sobre a saúde mental do acusado para apurar se à época dos fatos ele era ou não considerado inimputável.
No último dia 13, a Justiça aceitou a denúncia por tráfico de drogas oferecida pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), contra o médico. Segundo a Polícia Civil, eram dele os 63 kg de cocaína apreendidos em uma casa no luxuoso condomínio Jardim Acapulco, no Guarujá.
Droga suficiente para abastecer a Baixada Santista
Segundo o MP-SP, a cocaína apreendida na casa do acusado, em outubro de 2021, foi avaliada em R$ 7,5 milhões, não era para consumo próprio e daria para abastecer o comércio de drogas em toda a Baixada Santista. Ribeiro está preso na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (SP).
No entendimento do juiz André Rossi, da 2ª Vara Criminal do Guarujá, a denúncia "descreve os fatos de forma detalhada e compreensível". Para o magistrado, "a imputação tem lastros nos elementos indiciários amealhados durante o inquérito policial e conclui-se que a acusação é, em tese, viável".
A reportagem ligou para o telefone celular e deixou mensagem no WhatsApp do advogado Caio Roberto Guilhem Dorador, defensor de Alexandre Pedroso Ribeiro, mas até o momento não obteve retorno. O espaço continua aberto para eventual manifestação.
Ortopedista renomado e de família tradicional na Baixada Santista, Ribeiro foi preso em maio de 2022 por outra acusação: Facilitar o assassinato do paciente Gilianderson dos Santos, 37, dentro do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde o médico trabalhava. Câmeras de segurança registraram a ação.
Lavagem de dinheiro
Investigações policiais apontam que a vítima foi morta por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), também presos. Gilianderson havia escapado de outro atentado a tiros e por isso estava internado, em 24 de abril de 2022, quando dois motoqueiros chegaram ao hospital e abriram fogo.
De acordo com a Polícia Civil, Ribeiro também foi acusado de lavar dinheiro para os narcotraficantes André Oliveira Macedo, o André do Rap, foragido da Justiça, e Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, morto em fevereiro de 2018 em uma guerra interna do PCC.
André do Rap, também ligado à facção criminosa, deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau pela porta da frente em 10 de outubro de 2020, por determinação do Supremo Tribunal Federal. Horas depois, o próprio STF cassou o habeas corpus. Desde então o criminoso permanece desaparecido.


O blog do Magal - Opinião e Política

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