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Médico é preso após tentar agarrar uma enfermeira no posto de saúde

Médico foi preso em flagrante após tentar agarrar enfermeira
Médico foi preso em flagrante após tentar agarrar enfermeira reprodução
'Sabe com quem você está falando?': médico preso por importunação sexual e com 57 passagens pela polícia tentou intimidar agentes 
Claudio Oliveira, de 55 anos, foi preso após tentar agarrar uma enfermeira no posto de saúde; ele já foi condenado por homicídio em caso de morte de paciente.

O médico Claudio de Oliveira, preso em flagrante na última quinta-feira por importunação sexual em um posto de saúde de Adrianópolis (PR), tentou dar uma “carteirada” ao ser detido por policiais. Ele perguntou aos agentes se eles sabiam “com quem” estavam falando, e afirmou ser parente de funcionário da Justiça. Oliveira, que pagou uma fiança de R$5 mil para ser liberado, acumula outras 57 passagens pela polícia e, de acordo com investigadores do caso, já foi preso por homicídio, após a morte de um paciente.

— Ele falou para os policiais: “sabe com quem você está falando?” e “sabe quem é meu pai, minha mãe?”. Falou que a mãe é juíza, depois eu soube que uma irmã dele é juíza, mas isso não interessa para a gente — disse o delegado Mario Sérgio Bradock, responsável pela prisão do pediatra de 55 anos.

Bradock disse que Oliveira teria feito ligação para parentes logo após a prisão. O delegado conta que ele teria falado com a irmã que teria dito já estar “cansada” de ajudá-lo. Mesmo assim ele acredita que foi a irmã que pagou a fiança. Isso porque a situação financeira de Oliveira chamou a atenção dos policiais.

— Ele atua há mais de 30 anos como médico e não tem casa, carro, nada — afirma o delegado, que acredita que as dificuldades financeiras podem ter relação com a ficha criminal do suspeito. — Tem um currículo gigantesco, homicídio, outro assédio sexual, violência doméstica, furto. Tem 57 passagens, e é um médico, que atendia pessoas no posto de saúde. Ele é de Santa Catarina, todos os boletins de ocorrência são de lá. Talvez tenha saído de lá, onde certamente ficou inibido, e veio tentar a sorte aqui.

Segundo a prefeitura de Adrianópolis, Oliveira trabalhava no posto de saúde municipal desde meados de abril deste ano. Ele foi contratado através de um contrato terceirizado com a empresa VCI Serviços Médicos. Após o ocorrido, a prefeitura solicitou o desligamento do profissional e comunicou o fato aos conselhos regional e federal de medicina.

Morte de paciente

A importunação foi registrada por câmeras de segurança do posto de saúde. Nas imagens, é possível ver o momento em que o médico agarra e beija à força uma enfermeira que caminhava sozinha pelo corredor da unidade. Ele insistiu no contato enquanto ela tentava se desvencilhar. A própria enfermeira chamou a polícia que fez a prisão em flagrante.

Como pagou fiança, Carlos Oliveira responderá ao processo em liberdade, mas uma medida protetiva o impede de se aproximar da vítima e de outros profissionais do posto de saúde. Também foi obrigado a se afastar de suas funções profissionais. O GLOBO não conseguiu contato com a defesa do médico. O Ministério Público do Paraná já pediu a suspensão do CRM do suspeito em todo o território nacional.

Jornal procurou a Polícia Civil e o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, mas não obteve informações sobre as outras acusações que pesam contra Oliveira. Bradock, porém, explicou que a sua condenação por homicídio foi em decorrência da morte de um paciente.

— Parece que ele aplicou medicamentos que não deveria numa pessoa, que entrou em coma e morreu —informou o delegado, acrescentando que ele teria obtido um habeas corpus para deixar o presídio.

Bradock também contou que chamou atenção o comportamento do médico durante a prisão. Segundo o delegado, ele se mostrou alterado durante a audiência de custódia. O suspeito teria informado aos policiais que era dependente químico e que já passou por internações em clínicas especializadas para se livrar do vício em cocaína.

— Ele estava alucinado na audiência de custódia, parecia em abstinência ou em surto — disse o delegado.





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