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Professor universitário sadomoquista manteve relação sexual com alunas


Segundo investigação, suspeito teve prática de sadomasoquismo com estudantes, mas alegou que foi com o consentimento delas. Ele foi indiciado por assédio sexual
Professor universitário sadomoquista manteve relação sexual com alunas

Foto mostra entrada da Unimontes
Entrada da Unimontes, onde professor foi acusado de assédio sexual contra alunas
(foto: Luiz Ribeiro/DA Press)
O professor universitário de Montes Claros, no Norte de Minas, indiciado em inquérito por assédio sexual contra alunas, chegou a manter relações com as estudantes com o emprego de sadomasoquismo, mas alegou que foi com o consentimento delas.  A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (27/03), pela delegada Karine Maia, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), responsável pela investigação.
O denunciado, de 46 anos, é um professor do curso de História da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ele foi afastado da função pela instituição desde outubro de 2022, quando o caso veio à tona. Na mesma época, por meio da coordenação do referido curso, as denúncias também foram encaminhadas à Polícia Civil, que iniciou a apuração.
De acordo com a delegada Karine Maia, o suspeito foi indiciado cinco vezes por assédio sexual, duas vezes por fotografar ou registrar cenas de intimidade sem o consentimento da vítima e ainda (uma vez) por importunação sexual. As práticas sexuais contra as universitárias teriam iniciado entre os anos de 2019 e 2020.
Segundo as investigações, o professor foi acusado de supostas técnicas de hipnose (mesmo não tendo formação na área) e de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo). O Bondage consiste em um “conjunto de práticas sexuais de natureza sadomasoquista que envolvem o domínio físico de um dos parceiros sobre o outro”.
Prática de BDSM
A delegada Karine Maia informou que algumas vítimas relataram que foram amordaçadas, vendadas e amarradas pelo professor durante a prática de BDSM. Segundo a policial, o professor abordava as estudantes e sugeria sessões de hipnose e massagem como forma relaxamento.  As vítimas também disseram que algumas sessões ocorreram dentro da própria instituição de ensino superior e outros encontros ocorreram na casa do suspeito.
Karine Maia disse que 10 alunas e ex-alunas do professor prestaram depoimentos durante as investigações, que duraram seis meses. Em cinco casos houve comprovação de práticas criminosas, que resultaram no indiciamento do suspeito. 
A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher disse que, ao prestar depoimento durante as investigações, o professor suspeito admitiu o uso das “técnicas de relaxamento” e que chegou a manter relação sexual  com as alunas, mas argumentou  que teve o consentimento delas. O docente também negou ter feito hipnose.
“Ele (o professor) alega que praticou algumas técnicas de relaxamento com algumas das alunas que estavam com crise de ansiedade, mas que ele não fez hipnose”, declarou a policial.
Por outro lado, a delegada afirmou que as estudantes abordadas pelo professor, na maioria, eram vítimas em situação de fragilidade. “A maior parte das vítimas era de meninas em crise de ansiedade ou com problemas relacionados à depressão”, relatou a delegada especializada.
“Ele confirmou (que manteve) relações sexuais com algumas alunas, mas que foi sempre com o consentimento delas, inclusive, usando a prática de  BDSM. (Também disse) que a prática envolve sadomasoquismo. Que ele pratica isso na vida sexual dele”, descreveu Karine Maia.



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