A Procuradoria-Geral da República tem três dias para se manifestar sobre o caso da deputada que apontou arma para homem negro
Neste domingo (30), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou o envio de uma notícia-crime contra a deputada Carla Zambelli (PL) à Procuradoria-Geral da República (PGR), após a parlamentar apontar uma arma contra um homem em um bairro nobre de São Paulo nesse sábado (29).
O pedido para a instauração de inquérito contra a parlamentar foi apresentado ao Supremo pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e por deputados federais da legenda. Agora, a PGR, liderada pelo procurador-geral Augusto Aras, tem três dias para se manifestar sobre o caso.
Ontem, a deputada federal reeleita Carla Zambelli se envolveu em confusão em um bairro nobre de São Paulo. Em vídeo que tem circulado nas redes sociais, a apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece segurando uma arma e apontando para um homem.
O episódio ocorreu no cruzamento das alamedas Lorena e Joaquim Eugênio Lima, no Jardins. O fato aconteceu em uma região próxima de onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participava de um comício de campanha.
Inicialmente, internautas passaram a suspeitar que se tratava de um assalto em que Zambelli havia reagido. Porém, pouco tempo depois, surgiram informações que teria ocorrido um bate-boca entre a deputada e um apoiador de Lula e de Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo.
Zambelli explicou que solicitou que o homem aguardasse a polícia chegar para “dar flagrante”. Porém, o rapaz teria a agredido verbalmente e com cuspida. Ainda no vídeo, Carla contou que seu número foi vazado nas redes sociais e, desde então, tem sofrido ameaças de morte.
No entanto, em gravação divulgada pelo jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, é possível ver que o homem não a agride. Há um bate-boca generalizado e, no momento que um rapaz negro está indo embora, a deputada tropeça e começa a persegui-lo com seus seguranças.
Um segurança de Zambelli foi preso pela Polícia Civil após ter atirado em via pública durante o episódio, mas foi liberado após pagar fiança. A arma que estava com a parlamentar foi apreendida e liberada em seguida por não ter infringido a lei eleitoral, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Carla Zambelli foi eleita deputada federal em 2018 ao apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao longo dos quatro anos, ela seguiu na base bolsonarista e acabou sendo reeleita nas eleições 2022, sendo a segunda parlamentar mais votada no estado de São Paulo, ficando abaixo apenas de Guilherme Boulos (PSOL).
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