Em 2018 travei longos
debates com os chamados neoliberais. Era a turma do "estado mínimo",
privatização de tudo, crítica aos programas sociais e por aí vai.
Nas argumentações sobre
reforma da previdência, antes a trabalhista, esses arautos diziam que nos dia
seguinte, o dólar iria cair, gasolina voltaria a 2,80, e iria chover investimentos
no Brasil. Toscos, tolos e outros de má fé mesmo. Sumiram
Os neoliberais na verdade
são patrimonialistas, vivem nas tetas do estado.
Vamos em frente, o Partido
Novo é o único que sobrou daqueles discursos
O Novo foi o único
partido que votou contra a chamada PEC das eleições, que aprovou o Auxílio
Brasil e os subsídios para caminhoneiros e taxistas. Mantém sua coerência em
relação aos princípios e valores que levaram à fundação da legenda, a ponto de
devolver os recursos dos fundos partidário e eleitoral. Essas bandeiras vão ao
encontro do cidadão comum que tem ojeriza à política e aos políticos, mas não
têm apelo eleitoral até agora.
A abertura econômica está
entre as principais propostas de d’Ávila, que chove no molhado: “O Brasil
precisa de um presidente capaz de vencer esse populismo que nos deixou com
estagnação econômica há 20 anos, recorde de desemprego, aumento da miséria. A
abertura econômica do Brasil é fundamental. Nenhum país do mundo ficou rico
mantendo a sua economia fechada”. O candidato do Novo defende a “conciliação”
do agronegócio com o meio ambiente, a descentralização do poder e o
empoderamento do cidadão por meio da digitalização do governo. E empunha a
bandeira da “pacificação”, ao criticar a polarização entre o ex-presidente Lula
e o presidente Bolsonaro.
Quatro décadas
O discurso envelheceu. O
neoliberalismo está sendo responsabilizado pelo aumento das desigualdades no
mundo e das baixas taxas de crescimento. Segundo o economista Joseph Stiglitz,
Nobel de Economia, a diminuição simultânea da confiança no neoliberalismo e na
democracia não é coincidência, nem mera correlação. “O neoliberalismo minou a
democracia durante 40 anos. A forma de globalização prescrita pelo
neoliberalismo deixou indivíduos e sociedades inteiras incapazes de controlar
uma parte importante de seu próprio destino”, argumenta.
Segundo Stiglitz, o
sistema capitalista precisa ser reformado, porque fomenta um crescimento de
desigualdades, destruição do meio ambiente, polarização de nossas sociedades e
um permanente descontentamento, que não podem ser negados. “Precisamos de um
novo contrato social, que espalhe solidariedade em nossas sociedades e pelas
gerações. Isso significa um papel diferente para os governos, menos ajuda para
as empresas e mais ajuda aos cidadãos que necessitam impostos progressivos e,
acima de tudo, reescrever as regras da economia”, argumenta o economista.
Esse cenário é
corroborado até pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, segundo a
qual o “o capitalismo está fazendo mais mal do que bem”. O FMI fala em “cultura
da solidariedade” e “globalização da esperança”. Também fala em melhorar os
sistemas globais do comércio, de controlar os fluxos de capitais pelos danos
que podem causar e sobre a sustentabilidade da dívida. Trocando em miúdos, o
projeto neoliberal está descolado da realidade do Brasil e do mundo.
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