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O tiro saiu pela culatra, ou atirou no próprio pé


Doravante não usarei mais a expressão pascácio. Usarei “tirano” que deixa os minions mais irritados. Pois bem o “tirano” convocou embaixadores para uma reunião no Palácio Alvorada, com o pretexto de falar sobre eleição e urna eletrônica. Falou para uma platéia muda e alheia as suas falas. Inquirido pelo PT numa ação no STF, defendeu-se alegando que era uma reunião de diálogo (sic) para esclarecimentos. Gente? Esclarecimentos com diplomatas? Tolo

A reação

O establishment jurídico e empresarial resolveu dar um basta aos ataques de Bolsonaro à democracia. Suprapartidariamente saiu em defesa do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa partiu de ex-ministros da Corte, professores e estudantes da tradicional Faculdade de Direito do Largo do São Francisco (USP), com uma declaração que começou com três mil assinaturas e já soma mais de 300 mil signatários. Outro manifesto, organizado pela poderosa Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), mobilizou o grande empresariado nacional, inclusive a FEBRABAN. Recebeu apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical e de outras centrais sindicais. Os principais banqueiros do país assinaram os dois manifestos, como pessoa física.

Enquanto o establishment se mexia, o governo divulgava dados positivos sobre a economia, entre os quais a redução do preço da gasolina, a geração de emprego e a distribuição do Auxílio Brasil. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tentava minimizar a importância dos manifestos. Segundo ele, os banqueiros assinaram os documentos porque perderam R$ 40 bilhões com o PIX. O lucro dos bancos não condiz com essa tese. A adesão também é resultado da PEC das Eleições, que agrediu a institucionalidade da economia e a segurança jurídica.

Protagonista do rolo compressor governista montado no Congresso, com recursos das emendas secretas ao Orçamento da União (somam R$ 16,5 bilhões), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi ao Twitter como se nada houvesse: “Má notícia para os pessimistas de plantão! Estamos na contramão do mundo, mas isso é bom! Inflação em baixa, PIB em alta”. Levou um banho de água fria com a divulgação do DataFolha de ontem.

E por fim a traição

Lideranças do PP e dos Republicanos estão em francas conversas com lideranças do PT. Negociam abertamente o futuro e como ficariam num eventual governo Lula. Não será surpresa que após os registros de todas as candidaturas, o tirano seja “cristianizado” e abandonado. Até no Centro Oeste do Agronegócio, os barões vêem a candidatura do tirano como perdida.

Termino com meu pressentimento, o tirano pode jogar a toalha, no meio da luta. Perder para Lula e no primeiro turno seria desmoralizante para o tirano.

Agosto é o mês do “cachorro louco” e muito provavelmente a derrocada do tirano.

 




O blog do Magal - Opinião e Política
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