Ex-presidente fez um discurso no Acampamento Terra Livre, organizado por grupos indígenas em Brasília, nesta terça-feira (12)
Lula promete ministério para indígenas e 'revogaço' de decretos de Bolsonaro
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, se for eleito, criar um ministério para tratar das políticas indígenas. Ele avisou ainda que pretende fazer um "revogaço" de decretos assinados pelo Jair Bolsonaro (PL) na área ambiental.
Lula fez um discurso no Acampamento Terra Livre, organizado por grupos indígenas em Brasília, nesta terça-feira (12). O petista defendeu a demarcação de terras indígenas, se posicionou contra a proposta que permite mineração nesses territórios e contra a tese do marco temporal defendida por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), ação que estabelece que só poderão solicitar demarcações os povos que comprovarem que habitavam a área requerida na data de promulgação da Constituição Federal, ou seja, em 5 de outubro de 1988.
"Se a gente criou o Ministério da Igualdade Racial, se a gente criou o dos Direitos Humanos, se a gente criou o Ministério da Pesca, por que é que a gente não pode criar o ministério para discutir as questões indígenas?", discursou o petista, ao lado de aliados em um palco montado no meio do acampamento.
O ex-presidente recebeu adornos e recebeu uma bênção indígena. "Não sei quem, mas se preparem, porque alguém vai ter que assumir o ministério e não será um branco como eu ou uma galega como a Gleisi, terá que ser um índio ou uma índia", afirmou o petista. "Eles vão dizer 'ah, mas gasta muito, é preciso diminuir o número de ministérios'. Na verdade, o que eles não querem é que a sociedade esteja participando ativamente."
No discurso, o ex-presidente não citou no nome de Jair Bolsonaro, mas afirmou que o presidente da República precisa estar disposto "a distribuir livro, a distribuir fraternidade e solidariedade e não a vender armas e balas para que fazendeiros possam atirar em índios e em trabalhadores rurais." Na esteira de críticas, o ex-presidente prometeu criar um "dia do revogaço" para anular todos os decretos de Bolsonaro que criaram, segundo ele, "empecilho" para os povos tradicionais.
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