Autoridades de segurança continuaram buscas em Capitólio neste domingo (9)
(foto: Cristiano Machado/Imprensa MG)
Cinco dos dez mortos após a queda de uma rocha sobre uma lancha em Capitólio, no Sudoeste de Minas Gerais, ontem, foram identificados pela Polícia Civil neste domingo (9/1). Mais cedo, a corporação havia informado a conclusão do reconhecimento de um homem; nesta noite, os agentes encerraram o processo de detecção de outros quatro.
O primeiro identificado, ainda na manhã de domingo, foi Júlio Borges Antunes, de 68 anos, natural de Alpinópolis (MG). Nesta noite, foram revelados os dados de Camila Silva Machado, de 18 anos, nascida em Paulínia (SP), Mykon Douglas de Osti, de 24 anos, de Campinas (SP).
Na lista, ainda, Sebastião Teixeira da Silva, de 64 anos, natural de Anhumas (SP) e a esposa, Marlene Augusta Teixeira da Silva, de 57 anos, natural de Itaú de Minas (MG).
Os corpos de Júlio, Camila e Mykon já foram entregues aos familiares. Os representantes do Instituto Médico-Legal (IML) de Passos, cidade próxima a Capitólio, aguardam por pessoas próximas a Sebastião e Marlene.
Os dez passageiros estavam na lancha Jesus. O grupo se conhecia e estava hospedado na mesma pousada, na cidade de São José da Barra, no Sul de Minas. Horas atrás, dois tripulantes da embarcação, ainda desaparecidos, tiveram os corpos encontrados.
Exames garantem identidade dos corpos
Os cinco mortos ainda não nomeados passaram pelo que as autoridades chamam de "reconhecimento precário". Familiares os identificaram a partir de fragmentos corpóreos e características como tatuagens, aparelhos dentários e anéis.
A polícia, no entanto, já projeta o trabalho para fortalecer os indícios de identidade. "Vamos pegar material genético dos corpos e fragmentos e compará-los a filhos, ascendentes e descendentes para ter confirmação oficial", disse o delegado Marcos Pimenta, responsável pelo departamento da Polícia Civil em Passos.
Polícia Civil e Marinha terão inquéritos
O curso d'água palco da tragédia está sob a jurisdição da Marinha do Brasil (MB), que instaurou, ainda ontem, inquérito para apurar as causas do acidente. O balneário foi interditado. Também serão analisados os aspectos sobre a segurança da navegação, a habilitação dos condutores envolvidos, o ordenamento aquaviário do local e a observância das normas e legislações emanadas pela Autoridade Marítima.A corporação chegou a enviar homens e um helicóptero para auxiliar nas buscas.
Paralelamente aos trabalhos da MB, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) conduz investigação própria para saber se houve influência alheia à ação da natureza. "A princípio, nosso foco principal e de todos os atores, é a localização do maior número possível de vítimas. Posteriormente, vamos ouvir geólogos para saber se houve algum problema de estrutura. Queremos acalentar as famílias enlutadas", explicou o delegado.
O proprietário da lancha Jesus, a mais atingida pelo impacto das pedras, já foi ouvido. Antes da ida à água, ainda no hotel que hospedava os turistas, ele fez uma foto das 10 pessoas que perderam suas vidas.
"Essa fotografia está conosco e nos ajudando na identificação dos corpos no Instituto Médico-Legal (IML) em Passos", pontuou Pimenta.
Ao longo desta semana, a ideia é colher depoimentos de testemunhas do caso. Uma força-tarefa com três delegados será montada. Por ora, em respeito ao luto, as oitivas de familiares não estão nos planos.
Mortos na tragédia de Capitólio:
Identificados:
Júlio Borges Antunes, 68 anos, de Alpinópolis (MG);
Camila Silva Machado, 18 anos, de Paulínia (SP);
Mykon Douglas de Osti, 24 anos, de Campinas (SP);
Sebastião Teixeira da Silva, 64 anos, de Anhumas (SP);
Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57 anos, de Itaú de Minas (MG).
Precariamente identificados
Homem, 40 anos, natural de Betim (MG) - seria o piloto;
Mulher, 43 anos, natural de Cajamar (SP) - seria a mãe de Camila;
Homem, 37 anos, natural de Itaú de Minas (MG) - seria o filho de Sebastião;
Homem, 14 anos, natural de Alfenas (MG) - seria o neto de Sebastião;
Homem, 35 anos, natural de Passos (MG).
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