Em meio às movimentações para a formação de palanques no Rio para as eleições deste ano, lideranças do PT fluminense se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, na tarde de terça-feira, em São Paulo. O partido anunciou que deve lançar o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), André Ceciliano, para o Senado, abrindo caminho para selar a aliança com o PSB em torno da chapa do deputado federal Marcelo Freixo — pelo acordo, cabe ao PT indicar o vice.
Lideranças do PT fluminense vinham resistindo a consolidar a aliança com o PSB para apoiar a candidatura de Freixo no Rio. Em movimentação nos bastidores, Ceciliano avaliava se colocar como candidato pelo partido.
O vice-presidente nacional do PT Washington Quaquá divulgou o encontro em publicação nas redes sociais. Ele voltou a afirmar que a prioridade do partido no estado é a campanha de Lula e que ele pode aparecer em outros palanques para ampliar sua inserção no eleitorado fluminense.
“Vamos com tudo com Lula Presidente e Andre Ceciliano Senador! O PT negociará com o PSB e a presidenta Gleisi tem nosso apoio total para isso! E o presidente Lula terá quantos palanques estiverem dispostos a apoiá-lo! Objetivo é isolar Bolsonaro e ampliar Lula no Rio!”, postou Quaquá.
Outras pré-candidaturas no estado seguem articulando as alianças. O PDT, que vai lançar o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves, trabalha com a possibilidade da pulverização de palanques, dependendo de alianças locais e das possíveis federações nacionais entre os partidos.
No Rio, o partido trabalha com a possibilidade de apoiar Ceciliano ao Senado — o que resultaria num palanque múltiplo, já que ele receberia o apoio de Neves e, por tabela, de Ciro Gomes.
Ao mesmo tempo, Neves poderia eventualmente compartilhar um palco de campanha com Ceciliano e Lula — apesar de apoiar Ciro oficialmente. Neves foi filiado ao PT e conta com a simpatia de Lula.
Segundo o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, configurações parecidas devem ocorrer em outros estados, como na Bahia, onde o PDT deve apoiar a candidatura de ACM Neto (DEM). Porém, em meio a fusão do DEM com o PSL para formar o União Brasil, o palanque segue aberto no estado, por ora.
— Diversos estados podem ter essas alianças locais que ainda dependem dos acordos nacionais — diz Lupi. — Ainda estão todos em fase de conversa inicial.
No PSD, as conversas se dão em torno do prefeito Eduardo Paes. Seu candidato ao governo do Rio é o presidente da OAB Felipe Santa Cruz. Apesar do bom relacionamento com Lula, a campanha vê um apoio petista cada vez mais distante por conta do acordo com Freixo.
Santa Cruz desconversa sobre as movimentações em torno de palanques. Ele diz que ainda é prematuro falar sobre alianças políticas e que os partidos deveriam estar preocupados em apresentar projetos. Porém, diz que sua candidatura buscará ampliar conversas com diferentes espectros.
— Vamos buscar apoio em todo campo político que não seja bolsonarista, obviamente — diz Santa Cruz.
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