“Ele sabia que ia sofrer pressão. Uma saída espetacular, porque a Constituição só prevê casamento de homem com mulher”, afirmou o pastor bolsonarista Silas Malafaia
O pastor bolsonarista Silas Malafaia, um dos mais atuantes líderes evangélicos no lobby que ajudou a nomear André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), confirmou que o agora ministro da Corte mentiu sobre ser favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Ele abordou o tema durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), realizada nesta quarta (1), no Senado.
“André Mendonça deu um show na CCJ. Essa história de que André Mendonça é a favor da união de pessoas do mesmo sexo, no parâmetro da Constituição, André Mendonça deu uma cama de gato. Ele sabia que ia sofrer pressão. Uma saída espetacular, porque a Constituição só prevê casamento de homem com mulher, artigo 226, parágrafo terceiro”, afirmou Malafaia, em vídeo postado nas redes sociais.
O pastor comemorou a aprovação do nome de Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro ao STF: “Quero dar os parabéns ao presidente Bolsonaro, que manteve a sua palavra, mesmo sofrendo pressões internas e externas: indiciou um terrivelmente evangélico. Mas não somente isso, alguém de notório saber jurídico”.
Deputado evangélico já havia adiantado a mentira do novo ministro do STF
O deputado evangélico Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) já havia confirmado que Mendonça não apoiará o casamento entre pessoas do mesmo sexo no STF e que a pergunta que tratava sobre o tema foi para a qual ele “mais se preparou”.
Durante sabatina no Senado nesta quarta (1), o senador Fabiano Contarato (Rede Sustentabilidade) pediu que Mendonça respondesse de forma objetiva se votaria a favor ou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo caso estivesse em julgamento hoje no STF – o tema já foi apreciado pela Corte há 10 anos.
O ex-AGU desconversou e, somente após a insistência do senador, respondeu que “defenderia o direito civil do casamento de pessoas do mesmo sexo”.
“Se houvesse uma discussão no Supremo sobre esse assunto, pode ter certeza que eu respeitaria os mesmos direitos civis, não só na questão do casamento. O casamento civil eu tenho minha concepção de fé específica, mas como magistrado, eu defenderia o direito civil do casamento das pessoas do mesmo sexo”, afirmou.
“O que ele falou é que defende garantias e direitos constitucionais. Na Constituição não consta garantia nenhuma de direitos civis de pessoas do mesmo sexo. O que a Constituição garante é de homem e mulher”, explicou Cavalcante.
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