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Delegado preso forjou provas contra colegas


Delegado preso forjou provas contra colegas
Polícia  diz que Maurício Demétrio tentou forjar crime para PF prender delegado da Corregedoria
O delegado Maurício Demétrio, preso em operação do MPO delegado Maurício Demétrio, preso em operação do MP Foto: Fabiano Rocha em 30/06/2021 / Agência O Globo
O delegado de Polícia Civil Maurício Demétrio Afonso Alves tentou forjar um crime para levar à prisão um colega da Corregedoria pela Polícia Federal (PF). Demétrio afirmou que o outro delegado transportaria drogas de Itaipava, na Região Serrana, para o Estado de Minas Gerais. A informação consta na denúncia do Ministério Público do Estado (MPRJ) que embasou uma nova prisão contra Demétrio. Segundo a denúncia, o crime ocorreu quando Demétrio já estava fora da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) e estava lotado na Delegacia do Consumidor (Decon).
De acordo com os promotores, as vítimas poderiam ser os delegados Alexandre Ziehe, Fábio da Costa Ferreira, Robson Costa Ferreira da Silva ou Juliana Menescal da Silva Ziehe. Todos eles, à exceção de Juliana, que fizeram parte da Corregedoria Interna da Civil e que chegaram a investigar Demétrio por extorsão a comerciantes da Rua Teresa, em Petrópolis.
Antes de tentar incriminar os colegas, Demétrio já havia prendido — em uma prisão forjada — o seu colega, o delegado Marcelo Machado Portugal, que ele acusou de fabricar e vender roupas falsificadas. Portugal também havia trabalhado na corregedoria. Ao fim da investigação, ficou provado que Portugal tinha sido vítima de Demétrio. Após o episódio, o então titular da Decon passou a ser investigado pelo MP e acabou preso.
Marcelo Demétrio, de acordo com o MP, chegou a encontrar com o agente da PF Enrico Cortes Vilella Delle Piane, no dia 6 de abril de 2021, no bairro do Catete, na Zona Sul. O tema do encontro foi a tentativa de forjar a prisão de um delegado que tinha investigado o então titular da Decon. No entanto, o policial federal achou estranho o delegado não ter relatado a "história" para a Corregedoria Interna da Instituição.
Disse Delle Piane ao MP: "(ele) disse que conhecia o lanterneiro do delegado traficante, que a droga era transportada no carro empregado pelo delegado e que conseguiria informar o dia exato e horário para fazer o flagrante", informou o agente federal. Indagado por Delle Piane sobre não ter informado à Civil, Demétrio teria dito “que não poderia levar o caso para a Corregedoria pois o delegado traficante já tinha trabalhado” naquele órgão.
A armação só não foi à frente, segundo o MP, porque Demétrio teria informado ao policial que ele e sua esposa haviam contraído Covid-19. Para os MP, todos que se mostravam empecilho para a ação da quadrilha viravam alvos do bando.
Forjando provas contra colegas
Não bastasse tentar prender os colegas, Demétrio passou a acessar ilegalmente dados sigilosos, como contas bancárias de Ziehe e de sua filha, a também delegada Juliana Ziehe, então titular da 105ª DP (Petrópolis).
Em relação a Juliana, "a situação foi ainda mais grave", diz trecho da denúncia do MP, que destaca que a policial era a responsável por abrir uma investigação contra a organização criminosa de Demétrio, naquele momento encabeçada por Rodrigo Ramalho Diniz e Alex Sandro Gonçalves Simonete.
De acordo com a promotoria, "por expressa determinação de Maurício", o policial civil Adriano Santiago da Rosa teve acesso ilegal a dados pessoais de Juliana e de diversos membros de sua família. Em dos celulares de Demétrio, os peritos do MP descobriram que haviam fotos de Juliana e de seu marido, bem como suas fotos, de sua casa e informações de menores ligados a delegada.
"Tais acessos ilegais aos bancos de dados restritos se revelaram indispensáveis para a construção de complexas tramas voltadas para prejudicar de maneira criminosa" a delegada, destaca o MP.
Procurados, os delegados Alexandre Ziehe e Fábio da Costa Ferreira disseram que não comentariam a denúncia do MP. No entanto, os policiais afirmaram “que aguardam e confiam plenamente na atuação do Ministério Público do Estado”. Ao GLOBO, Juliana Menescal Ziehe disse:
— (Eu) gostaria de dizer que confio na investigação do Ministério Público e vamos aguardar a conclusão completa da investigação.
Já o delegado Robson Costa Silva informou que “neste momento não gostaria de tratar sobre esse assunto”.


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