Assisti ao filme Marighella e vou dar uns pitacos
sobre o mesmo
É quase impossÃvel não relacionar o filme Marighella
com “O que é isso companheiro”.
Não vou entrar muito no personagem do filme o
guerrilheiro, porque conheço a história por duas vertentes, via Partidão e do
livro que serve como base do filme.
Atuações magistrais dos atores. Seu Jorge sublime como Marighela, também
gostei de: Luiz Carlos Vasconcelos, Jorge Paz, Bruno
Gagliasso, Bella Camero e Herson Capri. Perfeitos nada a
criticar.
Mas o que me chamou atenção foi o
cenário. Carros dos anos 60, prédios, móveis, tudo reconstituÃdo de forma perfeita.
Nada a dever a filmes americanos.
O personagem:
A história do baiano Carlos Marighella, neto de
escravos sudaneses, torcedor do Vitória, poeta, deputado e guerrilheiro,
nascido em 1911, morto em 1969, é contada em filme que, com atraso, chegou na quinta-feira
(4) aos cinemas brasileiros.
Foi um processo turbulento, que o diretor do longa, o
estreante Wagner Moura, não tem dúvida de chamar de censura, ao comentar as
dificuldades incomuns no trato com a Agência Nacional de Cinema (Ancine) sob o
atual governo, chefiado por um admirador da ditadura que Marighella combateu
até o último dia, emboscado e fuzilado na Alameda Casa Branca, em São Paulo.
Imaginário popular
Fascinado, como diz, pelas histórias de revoltas
populares, Wagner Moura – que a princÃpio pensava em fazer um filme mais
“simples – viu nascer a ideia ao ganhar, no verão de 2012, um exemplar do livro
Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo, lançado naquele ano pelo
jornalista Mário Magalhães. Recebeu das mãos de Maria Marighella, neta do
ativista, atriz, também presente no filme.
Ele quis assim “devolver ao imaginário popular” a figura que ainda hoje inspira movimentos sociais e provoca reações furiosas. “Foi muito angustiante o filme não ter estreado (no Brasil) como querÃamos. Nada disso (prêmios recebidos no exterior e exibição em diversos festivais, como em Berlim) faria sentido até a gente chegar aqui”, afirma o diretor.
O Marighella que emerge do filme, em mais de duas
horas e meia, não é o bandido pintado pela ditadura, nem o herói mitificado. É
um homem que fez suas escolhas. Abrindo mão, por exemplo, de criar seu filho
(Carlinhos) e de viver com a companheira (Clara Charf, vivida por Adriana
Esteves) para se dedicar à luta polÃtica. Que depois rompeu com o Partido
Comunista, por discordar da forma como se dava a resistência, e formou a Ação
Libertadora Nacional (ALN), para enfrentar a ditadura com armas, por não ver
mais alternativa. Que desistiu da vida pessoal, como tantos outros na época. O
filme trata disso durante todo o tempo.
Indico para todos que queiram saber
mais sobre o perÃodo da ditadura de 64 a 85.
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