Quando a CPI da Covid começou, em abril passado, tinha o objetivo de investigar as razões pelas quais o governo federal assumiu a postura negacionista diante da pandemia e, por causa disso, defendeu medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus e se recusou a comprar as vacinas necessárias para evitar que a doença avançasse no país.
Mas, à medida que a investigação avançou, constatou-se a existência de irregularidades dentro do Ministério da Saúde, que ainda podem gerar outras investigações, inclusive sobre a reedição do esquema das rachadinhas. A constatação é da senadora Simone Tebet (MDB-MS), integrante da bancada feminina da comissão de inquérito.
Para a parlamentar, outro resultado da CPI é que ela se aproxima muito de Jair Bolsonaro, tanto no que se refere à atuação dele durante a crise sanitária, quanto na questão da corrupção na compra de vacinas pelo ministério – cujo personagem-chave seria Marconny Faria, próximo do filho 04, Jair Renan, e que também mantém estreita relação com a advogada do presidente, Karina Kufa. Ela garante que o lobista comparecerá à comissão para ser inquirido.
Os próximos depoimentos servirão para desatar nós que ainda existem na investigação da CPI?
Confrontar esses suspeitos com a verdade dos fatos, com aquilo que nós temos em mãos, com os elementos que não estão em sigilo e que podem ser confrontados. Nós temos vídeo, áudio, fotografia, documento, mensagens de WhatsApp, tudo isso confirmando. Pode ser que, dentro desse processo, esses depoimentos ainda tragam algum elemento que permita colocar mais cor nessa história. Mas o roteiro está claro e será devidamente contado no relatório da CPI.
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