Vendedor de vacina afirma que governo Bolsonaro pediu propina de US$ 1 por dose, diz jornal. Segundo Luiz Paulo Dominguetti, Roberto Dias, diretor do ministério da Saúde, disse que 'sem propina o negócio não iria avançar'.
Roberto Ferreira DiasMinistério da Saúde/ Divulgação
Um homem que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, empresa que vende vacinas, revelou que o governo Bolsonaro exigiu propina de 1 dólar por dose do imunizante da Oxford/Astrazeneca para fechar um acordo de distribuição. As informações são do jornal Folha de São Paulo. Representantes da CPI da Covid-19 pretendem convocá-lo a depor.
Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que trabalha na companhia, afirmou que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou a propina durante um jantar em Brasília, no dia 25 de fevereiro. Segundo Pereira, Dias falava de forma descontraída em acrescentar a quantia de 1 dólar por dose no negócio.
"Eu falei que não fazia, que não tinha como, que a vacina teria que ser daquela forma mesmo, pelo preço que estava sendo ofertado, que era aquele e que a gente não fazia, que não tinha como. Aí ele falou que era para pensar direitinho e que ia colocar meu nome na agenda do ministério, que naquela noite que eu pensasse e que no outro dia iria me chamar", afirmou à Folha o representante da empresa
Dominguetti afirmou ainda que, durante o diálogo com Roberto Dia, negou negociar daquela maneira, porém o diretor de logística insistiu e reforçou que o vendedor somenteria poderia fechar a venda com o pasta dessa maneira, ou a transação não se concretizaria.
"Ele (Roberto Dias) me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não composse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo".
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