Adriana Setti
De todas as listas de destinos publicadas anualmente, a mais esperada é a do jornal americano The New York Times. Tradicionalmente, os “52 lugares para ir” (52 places to go) são selecionados por estarem cheios de novidades.
Inaugurações de hotéis incríveis, tendências gastronômicas, festivais e datas especiais (capital europeia da cultura e afins) sempre tiveram peso na escolha dos editores. No ano em que o mundo congelou, porém, quase nada disso aconteceu. Também seria impossível, como de costume, enviar um exército de repórteres para viajar a 52 lugares com a missão retratá-los com o padrão NYT de excelência. Por essas e outras, eu estava curiosíssima para ver como o ranking se adaptaria ao momento atual.
Publicada na sexta-feira (8), a lista mudou de nome. Na versão 2021, tornou-se “52 lugares para AMAR”, já que IR ainda será algo incerto a curto prazo. E a grande sacada: ao invés de escolher os lugares que passaram por grandes mudanças recentes, a aposta ficou com destinos que, de alguma forma, foram capazes de catalisar mudanças internas em nós, viajantes, com base nas sugestões e histórias de mais de 2 mil leitores. “Ao ler as propostas que nos foram enviadas, ficou claro que, embora nossa lista geralmente se concentre no que está mudando em um lugar, as pessoas podem ser profundamente mudadas pelos lugares que visitaram – e não é por isso que viajamos, pra começo de conversa?”, escreve a jornalista Amy Virshup em Um “52 lugares” muito diferente, o texto que apresenta a lista de 2021.
Em 2021, as escolhas dos leitores do New York Times vão da Sibéria a Isfahan, no Iran, passando pelas planícies da Colômbia, mas sempre com um olhar intimista, pessoal e emotivo. Estou bastante segura que, quando as fronteiras forem reabertas, viagens transformadoras realmente farão bem mais sentido do que ticar destinos de uma listinha… E ainda que explorar lugares e culturas distantes possa não ser viável nos próximos meses, ter a certeza de que continuam lá é uma forma deliciosa de manter a chama acesa.
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