Julgamento de nutricionista Gabriela Guerrero Pereira acusada de atropelar e matar Vitor Gurman em SP será em 2021
Justiça entrou em recesso e julgamento de Gabriela Guerrero Pereira só poderá ocorrer no ano que vem. Juíza analisa processo desde 10 de novembro, mas ainda não deu decisão se condena ou absolve a motorista. Mulher responde em liberdade pelo homicídio culposo em 2011.
A decisão sobre o julgamento da nutricionista Gabriela Guerrero Pereira, que atropelou e matou o administrador de empresas Vitor Gurman, de 24 anos, em 23 de julho de 2011, na Zona Oeste de São Paulo, ficará para 2021.
Isso porque a juíza Lilian Lage Humes, da 23ª Vara Criminal do Fórum Central Criminal da Barra Funda, não havia julgado o caso até este sábado (19), último dia antes do Tribunal de Justiça (TJ) do estado entrar em recesso. A volta do poder judiciário paulista ao trabalho ocorrerá a partir do dia 7 de janeiro. Durante esse período não podem ocorrer julgamentos.
2021 será o ano que o caso Vitor Gurman poderá completar uma década sem resposta. O processo do julgamento da nutricionista está sendo analisado pela Justiça desde o dia 10 de novembro deste ano, quando Gabriela foi interrogada.
A motorista responde em liberdade pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) por ter atropelado Vitor perto da calçada da Rua Natingui, na Vila Madalena. A vítima morreu cinco dias depois, no hospital.
O Ministério Público (MP) acusa a nutricionista de dirigir sob efeito de álcool e em velocidade acima do limite máximo permitido para a via. Gabriela nega que estivesse alcoolizada ou em alta velocidade. Alega ainda que perdeu o controle do veículo e não viu Vitor.
Os advogados de Gabriela não comentarem o assunto até a publicação desta reportagem. Procurado para comentar o caso, o advogado Alexandre Venturini, que representa os interesses da família da vítima e atua no caso como assistente do MP, lamenta a demora em julgar a acusada pelo crime.
"Durante o recesso não haverá decisão. Infelizmente é o que ocorrerá", afirmou Venturini. Segundo ele, Gabriela, que chegou a ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa durante parte do processo, conseguiu reverter a decisão na Justiça e, atualmente, pode dirigir se quiser.
Em despacho publicado no dia 9 de dezembro no site do Tribunal do Justiça (TJ), a juíza Lilian alegou que entrou em férias e que, devido à complexidade do caso Vitor Gurman e o acúmulo de trabalho em razão da Covid-19, não conseguiu dar uma sentença ainda.
"Baixo os autos em cartório uma vez que cessada minha designação para atuar perante a 23ª Vara Criminal em função do gozo de férias regulamentares e diante da falta de tempo hábil para sentenciamento do feito devido à sua complexidade e ao acúmulo de serviço decorrente da pandemia do COVID-19, consignando que se trata de processo ao qual a ré responde solta", escreveu a magistrada.
O que diz o TJ
Como o caso é de crime culposo, caberá a uma das magistradas julgar se Gabriela deverá ser condenada ou absolvida pelo homicídio. E, no caso de condenação, informar o tempo da pena.
Outro motivo que explica a demora da Justiça em dar um desfecho ao caso foi a disputa jurídica entre acusação e defesa para definir se o crime era homicídio doloso (intencional) ou culposo (sem intenção). O MP queria inicialmente que o caso fosse doloso por entender que Gabriela assumiu o risco de matar ao dirigir sob efeito de álcool e em alta velocidade. Em crimes dolosos o julgamento é feito por um júri popular.
Mas os advogados da nutricionista recorreram às instâncias superiores da Justiça, que reclassificaram o caso como culposo. Essa disputa judicial levou vários anos.
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