Advogada de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Luciana Pires, afirmou que as orientações dadas pela Abin para a defesa do senador foram dadas diretamente pelo diretor geral da agência, Alexandre Ramagem. Em entrevista à revista Épica, Luciana sinalizou que as ordens dadas por Ramagem estavam fora do alcance dela.
O objetivo da orientação da Abin era anular o processo contra o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pela prática de rachadinha, quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Luciana declarou que nunca pensou em seguir aquilo que foi sugerido pela Abin nos relatórios produzidos. “Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele (Ramagem) está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho controle”, afirmou à Época.
Após as revelações, partidos pediram o afastamento de Ramagem da Abin.
Os relatórios feitos pela Abin levantavam suspeitas sobre um grupo criminoso dentro da Receita Federal. Segundo Luciana, ela já sabia da suposta atuação e foi ela quem avisou Ramagem sobre. “Todo material que ele passou para a Abin, foi eu quem passei. Eu mandei pronto para ele. Ele não descobriu nada”, declarou.
Depois da determinação do Supremo Tribunal Federal, que pediu esclarecimentos sobre a questão, Ramagem assumiu que que se reuniu com Flávio Bolsonaro em agosto, mas negou que o encontro tenha gerado desdobramentos práticos.
Luciana Pires negou que haja outros documentos, além dos dois relatórios divulgados. Ela ainda afirmou que não tem contato com Alexandre Ramagem.
“Nenhuma orientação do Ramagem o Flávio seguiu ou me pediu para seguir.
Eu não tenho contato nenhum com o Ramagem. Ele ia ajudar em quê? Ele não tem a menor ideia do que está acontecendo lá dentro (da Receita), eu tenho mais informação do que ele. Ele sugeriu esse monte de ação que ninguém seguiu nada”, declarou.
Deixe sua opinião