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Morre Lan, o chargista das mulatas aos 95 anos


Artista estava internado há dois meses com pneumonia no Hospital da Beneficência Portuguesa de Petrópolis.
Morre  Lan, o chargista das mulatas aos 95 anos


Lanfranco Aldo Ricardo Vaselli Cortellini Rossi Rossini, ou simplesmente Lan, (Montevarchi, Toscana, 18 de fevereiro de 1925), é um caricaturista italiano radicado na cidade do Rio de Janeiro.

Lan, segundo filho de Aristides e Irma Vaselli, tem a infância marcada pela intensa troca de residência, em virtude da profissão do pai, instrumentista. Aos 4 anos, chega com a família - incluindo o irmão mais velho, Giuseppe - ao [[Brasil]], em razão de um convite para Aristides integrar a [[Orquestra Sinfônica de São Paulo]]. Três anos mais tarde, por um convite da Orquestra Sinfônica de [[Montevidéu]], a família se muda para o [[Uruguai]]. Em 1936, um chamado da Orquestra Sinfônica da Rádio El Mundo, Lan mora por pouco menos de um ano em [[Buenos Aires]], [[Argentina]], quando finalmente a família Vaselli se estabelece no [[Uruguai]] com o retorno de Aristides à Orquestra de [[Montevidéu]].

Em 1945 e 1946, Lan inicia nos jornais Mundo Uruguaio e El País a trajetória profissional pela qual é internacionalmente consagrado. Entre 1948 e 1952, já na Argentina, o caricaturista (ele não gosta do anglicismo cartunista [1]) é contratado pelo Editorial Haynes, à época detentor da maioria das publicações de Buenos Aires e atua em 6 revistas e nos jornais Notícias Gráficas e El Mundo.

Morre  Lan, o chargista das mulatas aos 95 anos
Em setembro de 1952, Lan visita à cidade do Rio de Janeiro e aceita o convite do jornalista Samuel Wainer para trabalhar no jornal Última Hora, fixando-se em definitivo na cidade um ano depois. Ainda inaugura, em 1953 a revista FLAN. Tem passagem breve pelo jornal O Globo, quando em 1962 passa a integrar a equipe do Jornal do Brasil, onde permaneceu por 33 anos.

Desde 1960 é casado com a ex-passista da GRES Portela Olívia Marinho e há 35 anos reside em um sítio em Pedro do Rio, município de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

De 1945 a 1946, Lan iniciou com seu trabalho nos jornais Mundo Uruguaio e El País, uma trajetória profissional que o consagrou internacionalmente.

No Brasil, ainda criança, Lan entrou em contato com a miscigenação de raças. A diversidade que viu durante os dois anos em que viveu no país resultou em um grande fascínio, acessado nas memórias da infância quando, em 1952, em visita ao Rio de Janeiro, deslumbrou-se com a geografia carioca, com a alegria do povo, mas principalmente com as mulheres. Não raro, os desenhos têm as formas do corpo feminino misturadas às dos morros da cidade. Grande parte da obra de Lan é destinada a elas, a mais conhecida temática do caricaturista.
"Alvarus e seus bonecos" é o módulo da bienal que apresenta originais e vasta memorabilia sobre a história da Álvaro Cotrim, caricaturista que é apontado como o pai da escola brasileira no estilo. Estão em sua obra, além da típica carioquice, a leveza e economia de traços. 
Morre  Lan, o chargista das mulatas aos 95 anos
O caricaturista, que viveu entre 1904 e 1985, era dono de uma famosa biblioteca ligada ao tema caricatura. Mestre na técnica das caricaturas pessoais, foi um estudioso obstinado do gênero. Sua biografia sobre J. Carlos é uma obra de referência. dos melhores exemplares do gênero. 

Alvarus colaborou para as publicações Granada, Para-Todos, A Noite, Carioca e Vamos Ler, entre outras. Lan trabalhou nos jornais A Manhã, Crítica, A Noite, onde atuou de 1929 até sua extinção, em 1954. Em 1960 decide abandonar a produção de caricaturas para se dedicar exclusivamente aos estudos e artigos — publicados no JB e nas revistas adultas Fair Play e Ele & Ela.
Em 1972, Lan recebe o título de Cidadão Honorário da cidade do Rio de Janeiro pela Câmara Municipal. Ainda é condecorado com a Medalha Pedro Ernesto, o título de Carioca Honorário concedido pelo jornal O Globo e o título de Cidadão Honorário de Petrópolis.

EXPOSIÇÕES 

Morre  Lan, o chargista das mulatas aos 95 anos
Primeira exposição, aos 23 anos, no Hotel Cassino Nogarón, em Punta del Este (1948)
Bienal de Humor de Foligno, em Umbria (1965)
Festival dei Due Mondi, em Spoleto (1965)
50 años después, em Montevidéu (1991)
50 anos de trabalho, no Museu de Belas Artes, na cidade do Rio de Janeiro (1995)
Tons do Carnaval, no Shopping Fórum de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro (2001)
A Velha Guarda da Portela, no Museu da Imagem e do Som, na cidade do Rio de Janeiro (2001)
Las Cariocas por Lan, no Centro Cultural da Pontifícia Universidad Católica del Ecuador, em Quito (2004)
Lan, um Porteño Carioca, no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires (2005)
Scènes de Rio - Cenas Cariocas, no Centre Culterel Brésil France, em Paris (2005)
Ser carioca, na Casa França-Brasil, na cidade do Rio de Janeiro (2006)


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