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Lula defende petistas que declaram voto em Boulos para prefeitura de São Paulo


"Nós temos que respeitar, porque as pessoas são livres para escolher os seus candidatos”, disse ex-presidente. (Photo: SERGIO LIMA via Getty Images)




Em meio à intensificação do debate sobre união da esquerda e o ‘voto útil’ para prefeitura de São Paulo e do Rio de Janeiro, ex-presidente Lula defendeu petistas que declararam voto em Guilherme Boulos, candidato do PSol na capital paulista.

“Algumas pessoas fizeram o movimento sem depender da direção do partido. Você tem intelectuais do partido, você tem figuras importantes do partido que fizeram documento de adesão ao Boulos bem antes da campanha começar, e nós temos que respeitar, porque as pessoas são livres para escolher os seus candidatos”, disse na manhã deste domingo (15).

Lula conversou com a imprensa em frente à Escola Estadual José Firmino Correia de Araujo, em São Bernardo do Campo. Ele chegou ao local às 8h05 deste domingo para votar.

Um manifesto divulgado na última terça-feira (10) defendeu a união da esquerda em favor de Boulos em São Paulo e de Benedita da Silva (PT) no Rio. “Conclamamos eleitoras, eleitores, candidatas e candidatos que partilham o campo da esquerda que somem forças, façam campanha e apoiem o candidato e a candidata mais bem colocados nas pesquisas, para que tenhamos ainda tempo de produzir sinergia e uma nova dinâmica que garanta a presença de Guilherme Boulos e de Benedita da Silva no segundo turno”, diz o texto.

A iniciativa contou com a adesão do cientista político André Singer, ex-porta-voz da Presidência no governo Lula, do escritor Fernando Morais, do filósofo Vladimir Safatle e da atriz Camila Pitanga, enteada de Benedita da Silva. 

Na terça, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, conversou com o candidato da legenda em São Paulo, Jilmar Tatto (PT), sobre uma possível desistência, mas ele recusou. “Ninguém poderia dizer o que ele deveria fazer. Era uma coisa dele”, afirmou Lula. “Eu acho que foi uma atitude correta dela [Gleisi Hoffmann], de procurar o partido para discutir isso, e eu acho que foi uma atitude soberana dele de dizer que não ia retirar a candidatura”, completou o ex-presidente.

Na véspera da eleição municipal, pesquisa Datafolha apontava empate técnico no segundo lugar, com Boulos, em vantagem numérica. Ele registrou 17%, como no começo da semana. Em seguida, aparecem  Márcio França (PSB) e Celso Russomanno (Republicanos) - apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro - , com 14% e 13%, respectivamente. Tatto registrava 6%.

No Rio de Janeiro, a disputa pelo segundo lugar envolve o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) - apoiado por Bolsonaro e com 18% das intenções de votos, segundo o Datafolha. A deputada estadual Martha Rocha (PDT) tinha 13%, e Benedita da Silva, 10%.

A deputada federal petista foi votar na manhã deste domingo acompanhada do marido, o ator Antônio Pitanga, e da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Na reta final da campanha para o primeiro turno, Delegada Martha Rocha passou a defender o “voto útil” da esquerda, em busca do apoio dos eleitores petistas.

Questionado sobre uma aproximação com Ciro Gomes (PDT), provável presidenciável em 2022, Lula disse que é normal que tanto PT quanto PDT e PCdoB lancem candidatos ao Planalto. “Nós temos o direito de ser adversários”, disse.

O ex-presidente disse que chamou Ciro para conversar em setembro “para que a gente possa trabalhar de foram que um candidato progressista, de esquerda, possa ganhar as eleições de 2022 e a gente varrer do mapa politico desse país esse genocida”.




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